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Enquanto discurso, a ideologia romântica apresenta um estilo próprio, normalmente reconhecido por uma linguagem efusiva e emotiva, e por um conteúdo que apela aos sentimentos e adopta uma atitude nostálgica em relação à natureza e à própria experiência.
Presente na ideologia romântica está o conceito de que o amor (heterossexual) é o aspecto fundamental da vida de uma mulher, ao qual ela tudo deve sacrificar, incluindo, se necessária, a sua própria independência. Para o homem, o amor também é importante, mas nunca é apresentado nos mesmos termos e sobretudo nunca colide com os seus interesses pessoais nem belisca a sua autonomia, surge mais como um complemento essencial de uma vida feliz e realizada. Esta disparidade de situações deveria dar que pensar às mulheres, mas, infelizmente, na maioria dos casos não dá.
A ideologia romântica aparece assim como uma aliada de uma forma benevolente de sexismo, ao incentivar as mulheres a trocarem a sua realização pessoal pela protecção e amor masculino: se uma mulher quer ter amor, se quer ter a protecção do homem, precisa de fazer uma escolha e essa escolha vai no sentido de sacrificar ambições e interesses pessoais em favor da família. Deste modo, a ideologia romântica reforça os papéis tradicionais do homem enquanto provedor e da mulher enquanto esposa e mãe e apresenta estes papéis com cores tão favoráveis e sedutoras que dificilmente as mulheres lhes conseguem resistir.
A legenda da imagem poderia ser: Casa comigo, por favor, estou pronta a tudo te sacrificar ...
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