terça-feira, 28 de maio de 2013

Sexualidade e supremacia masculina

“Os homens têm e mantém poder sobre as mulheres de modos muito diferentes e a diferentes níveis: no trabalho, em casa, através de legislação, etc. Mas o aspeto mais crucial na explicação da opressão das mulheres e do domínio masculino é a análise da sexualidade, porque é dentro dos construtos das sexualidades masculina e feminina que podemos observar a dinâmica central da dominação masculina sobre as mulheres.
No contexto da supremacia masculina, as sexualidades masculina e feminina são construídas como especificamente diferentes e desiguais. Isto levou Mackinnon, por exemplo, a argumentar que “o masculino e o feminino são criados através da erotização da submissão e do domínio”. Por outras palavras, o poder dos homens e a inferioridade social das mulheres tornam-se “sexy”. O processo de construçãs das mulheres como eróticas ou sexy objetifica-as, colocando as mulheres como subordinadas e os homens como dominantes. Podemos ver este processo particularmente óbvio na pornografia e implementado dentro das relações heterossexuais: onde a sexualidade masculina objetifica  o objecto feminino de desejo, enquanto a sexualidade feminina é objectificada pelo desejado sujeito masculino. Mas este processo é ainda mais generalizado do que o exemplo sugere, é integral a todas as relações masculino/feminino dentro da supremacia masculina. Sobretudo, é aquilo que torna a supremacia masculina um caso único  e especialmente persistente.”
Marianne Hester: Lewd Women and Wicked Witches