“Diferentemente do racismo, a misoginia não é percebida pelos homens como um preconceito, mas como algo quasi inevitável. … A misoginia tem sido parte do que o historiador do holocausto, Daniel Goldhagen, designou de ‘senso comum’ da sociedade. Foi um preconceito demasiado óbvio para ser percebido.
Em diferentes civilizações, em diferentes tempos, o registo histórico é claro: sempre se considerou como perfeitamente normal que os homens condenassem as mulheres ou expressassem diretamente desgosto por elas, simplesmente por serem mulheres. Todas as maiores religiões do mundo e os mais renomados filósofos mundiais olharam para as mulheres com desprezo.
…
[Nos nossos dias] no vocabulário corrente do rap as mulheres são ‘cadelas’ e ‘putas’. (mas não é só o rap). Grupos como os Rolling Stones [por exemplo] em 1976 publicitavam um album ‘Black and Blue’, com a imagem de uma mulher violentamente agredida, amarrada a uma cadeira. Embora o flagrante desprezo do rap pelas mulheres tenha vindo a ser atacado tanto por mulheres negras como por outros movimentos, é claramente um produto da cultura de alienação e frustração no qual a misoginia ainda prevalece como parte do ‘senso comum’ da sociedade. “
Texto adaptado de Jack Holland. “A Brief History of Misogyny: The World's Oldest Prejudice.”
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