segunda-feira, 18 de julho de 2022

 

Capitalistas e trabalhadores – porque é que há ricos e pobres e isso é muito justo!!!

“Em tempos muito remotos, havia, por um lado, uma elite laboriosa, inteligente e sobretudo parcimoniosa, e, por outro, vagabundos dissipando tudo o que tinham e mais ainda. A legenda do pecado original teológico conta-nos, contudo, como o homem foi condenado a comer seu pão com o suor de seu rosto; a história do pecado original econômico, no entanto revela-nos por que há gente que não tem necessidade disso. Tanto faz. Assim se explica que os primeiros acumularam riquezas e os últimos, finalmente, nada tinham para vender senão sua própria pele. E desse pecado original data a pobreza da grande massa que até agora, apesar de todo o seu trabalho, nada possui para vender senão a si mesma, e a riqueza dos poucos, que cresce continuamente, embora há muito tenham parado de trabalhar.” Marx. O Capital, cap. XXIV p. 339.

domingo, 17 de julho de 2022

 Esquerdas 

 A desgraça das esquerdas

As esquerdas, profundamente ressentidas com o colapso da união soviética (1991) cometeram erros gravíssimos que estamos a pagar com língua de palmo. Em primeiro lugar ficaram reféns desse ressentimento e desistiram de estudar o fenómeno histórico em si mesmo, de o tentar compreender, de encontrar as suas motivações mais profundas.
Com esta atitude permitiram que triunfasse a narrativa neoliberal de que o comunismo fracassara, que o marxismo era coisa do passado, que não havia alternativa ao capitalismo (TINA- There Is No Alternative, como gostava de dizer  M Thatcher).
Ora, por motivos de vária ordem, o que colapsou foi uma tentativa de pôr de pé uma sociedade socialista, não foi o socialismo; não foi o marxismo que se tornou irrelevante e passadista.  Marx continua atual, embora precisando de ser repensado em muitas e importantes matérias, já que viveu e escreveu num contexto que hoje se alterou profundamente. Mas precisamente, dada a sua atualidade, as universidades, dominadas por interesses neoliberais, (fenómeno nítido nos estados unidos) escamoteiam o seu estudo, e por exemplo, pelo menos em Portugal, fazem-se teses de doutoramento sobre tudo e mais um par de botas, mas o marxismo e a sua análise é tabu e é tabu porque os neoliberais já perceberam uma coisa que a esquerda ainda não percebeu é que Marx é dinamite pura, depois de o lermos não fica pedra sobre pedra. Que a direita neoliberal impeça o estudo de Marx percebe-se perfeitissimamente, que a esquerda não o estude, deixa-me estupefacta!


E mais a esquerda, pelo menos a que conheço, em Portugal, tem descurado completamente a educação política que é fundamental para percebermos a realidade; diz mal, repete slogans, faz reivindicações pontuais, mas não é nunca pedagógica, não explica, não identifica o racional que preside a estas e aquelas decisões políticas, não desconstrói a ideologia dominante quando ela se manifesta nesta ou naquela situação particular e hoje é neste campo que se ganham e perdem lutas.  E é minha convicção que não o faz porque é ignorante já que não estuda, não debate ideias, visões do mundo, etc. é uma esquerda de trazer por casa! Presa do senso comum. Com isso criou as condições para o neoliberalismo fazer a sua caminhada, sem obstáculos de maior. 


sexta-feira, 15 de julho de 2022

 

Na luta contra o neoliberalismo

A nova categoria concetual que é importante introduzir no discurso político é a de  “mercadorização da natureza”. Esta corresponde, na era neoliberal em que vivemos, a uma nova etapa da inicialmente chamada ‘acumulação primitiva’, operada através de um processo de privatização do que pertence à comunidade’; nomeadamente a comunidades indígenas, como acontece, por exemplo, na Amazónia.

A acumulação que ocorreu na época moderna, em países da europa, como a Inglaterra, foi já um autêntico roubo do que era de todos, transferência de terras comuns, para as mãos de privados que, de seguida, procuraram rentabilizar essas terras em termos de produção capitalista. Claro que provocou transformações sociais profundas, degradando extremamente as condições de vida das populações prejudicadas diretamente, mas não teve impacto a nível da própria natureza. Todavia, agora o caso muda de figura, porque não são só as populações que são roubadas e afetadas nos seus estilos de vida legítimos, é a própria sustentabilidade da natureza e mesmo do planeta que é colocada em grave risco.

Dai que seja preciso percebermos todos que natureza não é mercadoria, as pessoas não são mercadoria, as mercadorias são coisas produzidas pelo trabalho de pessoas e pessoas conscientes sabem que devem usar com critério os recursos que a natureza coloca à sua disposição. Tudo isto é esquecido pelo capitalismo extremamente predatório do neoliberalismo; por isso é preciso lutar com todas as forças contra o neoliberalismo, enquanto é tempo! Ouçam bem: ENQUANTO É TEMPO!