(Tentei comentar um post da Nana Odara, como não consegui, resolvi publicar aqui o meu texto)
Em relação à maternidade, e sobretudo em relação às mães solteiras – questão que a preocupa - a Nana deveria saber que quem as hostiliza não são as feministas, mas sim as anti-feministas. O caso que conheço razoavelmente é o dos Estados Unidos, que tenho vindo a estudar, e aí são as anti-feministas que têm conseguido através da intervenção política (de direita, é claro) retirar apoios estatais às mães em geral e particularmente às mães solteiras com o argumento de que colocam em perigo a família (patriarcal, claro). Portanto, gostaria de dizer que ela está a ser injusta para com as feministas e está a confundir as feministas com as anti-feministas, o que até é compreensível porque actualmente estas procuram cooptar o feminismo para as suas causas que são tudo menos feministas.
Agora outra coisa, como é que se pode proteger as mães solteiras e tratá-las com justiça se as mulheres se demitirem de intervir politicamente? Se as mulheres não tiverem poder para pressionar? E o poder, tanto quanto eu sei, no mundo em que vivemos, é económico, político e cultural: se você não tiver dinheiro, não ocupar cargos de decisão social, se não estudar e produzir conhecimento, você não tem poder nenhum e não consegue alterar a sociedade. Deveria pensar nisto quando «ataca» as feministas carreiristas de que tanto gosta de falar. Em minha opinião, a Nana é voluntarista e às vezes parece fazer uma análise idealista do mundo e da vida que considero incorrecta porque, embora as ideias sejam importantes, não vingam sem condições materiais, sem condições objectivas que tornem possíveis as mudanças; é pois preciso criar essas condições e só o acesso das mulheres ao poder, mesmo nas circunstâncias actuais, as pode criar .
Embora não me pareça ser a situação ideal para educar uma criança, eu apoio as mães solteiras porque penso que essa pode ser uma opção legítima. Continuo a apoiá-las quando a situação resulta de contingências que não controlaram, mas aí lamento a situação pois considero que de alguma maneira falharam em conseguirem controlar a sua própria vida e em garantirem a sua autonomia enquanto pessoas.
oi Adilia, obrigada por dialogar comigo sobre o assunto... hj meu filhote tá dodoi, mas depois venho ler com clama... bjins
ResponderEliminarVejo q vc desconhece a questão das mães solteiras, talvez até mesmo da maternidade mais a fundo...
ResponderEliminarvc me lembrou o comentário de Anfíbia hj mãe, dizendo q se lembrava ainda de qd era universitária e olhava com desprezo para grávidas e mães q passavam por ela na rua...
de qqr forma, obrigada pela sua participação.
Caras Adília e Nana, gostaria de lembrar que é preciso ter cuidado com as generalizações do tipo "não me pareça ser a situação ideal para educar uma criança" (Adília) ou "você desconhece a questão das mães solteiras" (Nana). Porque, Adília, assim fica parecendo que a situação ideal (se você acredita que o ideal pode vir a nós, saltar do mundo perfeito das idéias) para educar uma criança é meramente aquela do matrimônio ou do casal heterossexual e, Nana, podar assim, sem argumentar de modo fundado, o discurso da colega, tentando simplesmente colocá-la do lado da ignorância da questão (será que você considera como desconhecimento não ter vivenciado pessoalmente!?), você não colabora com causa ou pensamento algum. Abraços.
ResponderEliminarAndrea, considero ignorância dialogar baseado no preconceito, e sobretudo fora da realidade... milhões de mulheres são mães solteiras no mundo... não devemos julgá-las pela sua conduta sexual e condená-las como irresponsaveis...
ResponderEliminaro q as feministas tem a dizer?
devíamos ter abortado? q é problema nosso?
q somos falhadas por desejar ser mães mesmo sem atrelar essa decisão a um casamento - formal ou informal?
não se trata de experiência pessoal, não é preciso ser mãe solteira ou ser mãe... há milhões de mulheres q não existem para o feminismo... há uma segregação social, um abandono social e mulheres duramente sobrecarregadas... se o feminismo não pode olhar pra essa realidade, está discriminando um nr mto grande de mulheres...
Pq será q essa questão não é objeto d análise do feminismo? pq não há diretivas ou projetos a esse respeito? o feminismo se interessa pelas mulheres q decidem abortar, mas e as q optam pela vida, pela maternidade, serão desprezadas pelas feministas por mais qto tempo ainda?
sou mãe e sou feminista, e é um erro crasso considerar q todas as mães - solteiras ou não - são anti-feministas, só pq as anti-feministas defendem a maternidade...
Adilia, continuará nos meus links, apesar de toda nossa divergência... não posso fundamentar meus argumentos em estudos científicos e acadêmicos sobre o assunto, pq eles não existem... do q falo, é o q atesto na vida real...
Andreia...
ResponderEliminarvc viu apenas um pq trecho do assunto...
se se der ao trabalho de ler todo o diálogo, com vários outros blogueiros sobre o assunto, durante mais de 15 dias, poderá reavaliar o q disse com relação a não colaborar com causa ou pensamento algum...
saudações feministas
bjins
Nana Odara...
o coment acima tbm foi meu, mas ficou anônimo...
Comparem e concluam:
ResponderEliminarExiste um estado civil chamado mãe solteira? Não. Então temos de um lado mulheres que geraram filhos com alguém do sexo masculino. Onde estão os pais solteiros? Ser mãe plenamente não é só parir uma criança. Esta é uma parte do processo. Qualquer mulher que tem filho é mãe. A questão é onde está a competência para cuidar e educar um filho? Na solteirice ou no matrimônio? Em nenhum dos dois, é claro. Está na motivação para tal. Muitos casais desajustados mantém-se unidos em nome de uma aparência social e criam verdadeiros corvos. Enquanto muitas "mães solteiras", são capazes de garantir saúde física e emocional a seu filho. Filhos estes que inclusive são capazes de retribuir na fase adulta, todo o esforço que estas mães tiveram para com eles. A práticas de vida é que coloca os desafios e é a decisão inteligente que divide as mulheres entre boas mães e péssimas mães. Não é raro observamos famílias em que mães casadas são egoístas, que exibem seus filhos e sua família como um troféu, numa disputa desenfreada por aprovação social. A este tipo de mulher fraca, só resta apoiar-se num homem, pois sem esta muleta não sobreviveria à primeira ventania. Por último, não nos esqueçamos que muitas mulheres solteiras foram abandonadas por homens aventureiros, independente de sua vontade de casar. A culpa é de quem afinal? Precisamos respeitar antes de mais nada, os seres humanos em geral.