Sade nasceu em 1740 na Provença, numa família aristocrata, com uma mãe ausente, por alegados motivos de saúde, e um pai que chegou a ser preso, acusado de sodomia. Estudou em casa, sob supervisão de um abade, e mais tarde em Paris. Terminados os estudos, ingressou na carreira militar, atingindo o cargo de capitão e deixando, já à altura, uma memória de libertinagem. Em 1763, submetendo-se contrariado à vontade dos pais, casou, mas logo de imediato alugou uma pequena habitação para se dedicar a aventuras extra-conjugais normalmente com prostitutas, criadas, ou mulheres às quais prometia benesses, nomeadamente trabalho.
Em 1768, estourou o primeiro escândalo que o levou à prisão. Atraiu a uma pequena casa que possuía na vila de Arcueil, destinada a encontros sexuais, uma pedinte, Rose Keller; segundo alegações da própria - a que a obra posterior de Sade veio a conferir verosimilhança - amarrou-a, chicoteou-a e em seguida verteu cera a ferver nas suas costas onde previamente tinha feitos alguns cortes superficiais; depois de ter atingido o orgasmo, fechou-a numa divisão da casa de onde ela conseguiu fugir e, levada à polícia por populares que a auxiliaram, relatou o sucedido. O escândalo repercutiu além fronteiras, Sade foi preso durante seis meses e só libertado por influência de familiares poderosos.
Em 1772 foi de novo acusado de ter sodomizado cinco prostitutas e, embora foragido, acabou por ser preso durante algum tempo. Entre 1778 e 1789 conheceu um longo período de encarceramento, cerca de doze anos, sob a acusação de, com a ajuda da própria mulher, ter abusado sexualmente de várias raparigas que trabalhavam na Casa da família; durante este longo período escreveu boa parte da sua obra.
Em 1791 publicou Justine ou Les malheurs de la vertu e em 1795 La Philosophie dans le boudoir. Em 1799 a publicação de La Nouvelle Justine levou-o de novo à prisão sob a acusação de pornografia. Após outros períodos mais breves de encarceramento, Sade acabou por morrer em 1814 num asilo em Charenton, onde tinha sido confinado sob a acusação de ter pago pelos ‘favores’ sexuais de uma jovem de dezassete anos.
Se pararmos para pensar, constatamos que Sade se relacionou sempre com as mulheres como um senhor com os serviçais, sobre os quais presumia ter direitos inquestionáveis. Por isso não surpreendem afirmações do tipo: “ A violação não é crime, é menos do que roubo, porque na violação tu restituis aquilo que foi usado”; quer dizero violador usa um bem mas não o rouba, até porque depois da acção o restitui.
A nível sexual, Sade recrutou, a troco de dinheiro ou de determinados favores, prostitutas ou mulheres vulneráveis que se prestavam às suas maquinações, nomeadamente serviçais da sua própria casa. A esposa foi cúmplice o que leva a supor que teria sobre ela ascendência bastante grande. Em relação à mãe, um seu biógrafo fala em ódio; mas sobretudo a mulher que ele mais odiou foi a sogra porque foi porventura a única capaz de lhe fazer frente, incomodada não só com o tratamento que ele reservava para a mulher como pelo facto de ter seduzido e raptado a filha mais nova, sua cunhada, que acabou por se retirar para um convento. A mulher, porventura subtraída à influência que Sade sobre ela exercia, também pediu o divórcio depois de ele ter saído do seu longo período de encarceramento. Mesmo assim, nos últimos dias de vida ainda gozou do apoio de uma antiga amante que se fez passar por sua irmã e se instalou num quarto do asilo de Charenton.
Em 1768, estourou o primeiro escândalo que o levou à prisão. Atraiu a uma pequena casa que possuía na vila de Arcueil, destinada a encontros sexuais, uma pedinte, Rose Keller; segundo alegações da própria - a que a obra posterior de Sade veio a conferir verosimilhança - amarrou-a, chicoteou-a e em seguida verteu cera a ferver nas suas costas onde previamente tinha feitos alguns cortes superficiais; depois de ter atingido o orgasmo, fechou-a numa divisão da casa de onde ela conseguiu fugir e, levada à polícia por populares que a auxiliaram, relatou o sucedido. O escândalo repercutiu além fronteiras, Sade foi preso durante seis meses e só libertado por influência de familiares poderosos.
Em 1772 foi de novo acusado de ter sodomizado cinco prostitutas e, embora foragido, acabou por ser preso durante algum tempo. Entre 1778 e 1789 conheceu um longo período de encarceramento, cerca de doze anos, sob a acusação de, com a ajuda da própria mulher, ter abusado sexualmente de várias raparigas que trabalhavam na Casa da família; durante este longo período escreveu boa parte da sua obra.
Em 1791 publicou Justine ou Les malheurs de la vertu e em 1795 La Philosophie dans le boudoir. Em 1799 a publicação de La Nouvelle Justine levou-o de novo à prisão sob a acusação de pornografia. Após outros períodos mais breves de encarceramento, Sade acabou por morrer em 1814 num asilo em Charenton, onde tinha sido confinado sob a acusação de ter pago pelos ‘favores’ sexuais de uma jovem de dezassete anos.
Se pararmos para pensar, constatamos que Sade se relacionou sempre com as mulheres como um senhor com os serviçais, sobre os quais presumia ter direitos inquestionáveis. Por isso não surpreendem afirmações do tipo: “ A violação não é crime, é menos do que roubo, porque na violação tu restituis aquilo que foi usado”; quer dizero violador usa um bem mas não o rouba, até porque depois da acção o restitui.
A nível sexual, Sade recrutou, a troco de dinheiro ou de determinados favores, prostitutas ou mulheres vulneráveis que se prestavam às suas maquinações, nomeadamente serviçais da sua própria casa. A esposa foi cúmplice o que leva a supor que teria sobre ela ascendência bastante grande. Em relação à mãe, um seu biógrafo fala em ódio; mas sobretudo a mulher que ele mais odiou foi a sogra porque foi porventura a única capaz de lhe fazer frente, incomodada não só com o tratamento que ele reservava para a mulher como pelo facto de ter seduzido e raptado a filha mais nova, sua cunhada, que acabou por se retirar para um convento. A mulher, porventura subtraída à influência que Sade sobre ela exercia, também pediu o divórcio depois de ele ter saído do seu longo período de encarceramento. Mesmo assim, nos últimos dias de vida ainda gozou do apoio de uma antiga amante que se fez passar por sua irmã e se instalou num quarto do asilo de Charenton.
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