segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Capitalismo é por inerência anti-feminista?

Quem sente alguma perturbação e mal-estar com a injustiça e a desigualdade social tem dificuldade em olhar com simpatia para o regime capitalista; até pode perceber que ele apresenta algumas vantagens, mas não aceita que sirvam para justificar todo o arsenal de injustiças que comporta.
Todavia, para além desta reação emocional, uma feminista também percebe ou pressente que o capitalismo é por inerência anti-feminista. Constata que o regime patriarcal e o regime capitalista sempre conviveram muito bem, e por vezes alimenta a esperança de que o derrube deste implique o desaparecimento daquele. Mas atenção não há nenhuma garantia de que a falência do capitalismo - difícil de prever no atual contexto - implique a implosão do sistema patriarcal.

É certo que o capitalismo lucra com a situação de opressão em que a vida da maior parte das mulheres continua a decorrer:

(1) Tem à sua disposição mão-de-obra barata, descartável na primeira oportunidade, encontrando então bons argumentos para a dispensar.
(2) Pode legitimar os baixos salários que na generalidade dos casos auferem, ao considerar que de alguma maneira as mulheres são inferiores.
(3) Pode isentar a estrutura económica de um encargo de peso e permitir-lhe que contabilize lucros, de outra maneira bem inferiores, ao considerar que tomar conta das crianças e da casa, atividades imprescindíveis para a existência de qualquer sociedade, são tarefas das mulheres que “naturalmente” não devem ser pagas.

Portanto, deixemo-nos de panos quentes: o capitalismo tem tudo a ganhar com a continuação da opressão das mulheres. Mas a história tem-nos mostrado que a opressão das mulheres não favorece apenas o sistema capitalista, favorece também a metade masculina da humanidade e, dado o caráter predatório da natureza humana, temos boas razões para supor que o problema não será resolvido com uma mudança na estrutura económica da sociedade.

4 comentários:

  1. De fato o capitalismo é mais um dos tantos algozes que temos. Ele lucra com o trabalho barato das mulheres, mesmo com o trabalho especializado - uma mulher com ensino superior ganha cerca de 30% menos do que um homem com a mesma qualificacao.
    O capitalismo também precisa nao só da mao de obra barata que as mulheres oferecem - mas da mao de obra que elas produzem através do seus filhos - e creio que esse seja mais um (entre outros milhares) dos motivos por que a maternidade é cada vez mais sacralizada.
    Porém, como foi dito no texto, o fim do capitalismo nao é o fim do patriarcado - seja lá qual for o próximo regime econômico, enquanto a mulher estiver presa em seus estereótipos, essa situacao nunca vai mudar.
    Fran

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  2. Olá Fran
    em relação ao salário no ensino, em portugal e penso que na generalidade dos paises europeus as coisas já não se passam dessa maneira e a mesma qualificação e o mesmo posto de trabalho corresponde a igual remuneração.Na função publica já não há discriminação salarial, o que acontece é que em função de fatores de varia ordem que nos bem conhecemos em geral poucas mulheres acedem aos postos mais bem pagos.
    abraço, adília

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  3. Hahahaha é comédia esse texto? Nunca li tanta besteira, perdi meu tempo.

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  4. " o capitalismo é um sistema economico de livre troca entre as pessoas." Já começou escrevendo o que há controvérsias, fala em "livre troca entre as pessoas" como se todas as pessoas tivessem condições igualitárias de trocarem o capital pelo bem material que querem, o que nem ocorre, isso está longe de ser liberdade, isso está é mais para escravidão de uma maioria, para o bem estar de uma minoria.

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