Ficamos a dever a Karl Marx a exploração do conceito de alienação; mas a teoria da alienação, tal como Marx a formulou, não é aplicável à condição das mulheres enquanto mulheres.
Segundo Marx, o trabalhador é alienado por dois motivos básicos: (1) primeiro porque é despojado do produto do seu trabalho – não tem controlo sobre aquilo que produz – (2)segundo, porque é impedido de realizar as suas potencialidades como ser humano, dado que não participa na organização do trabalho, não controla a sua atividade produtiva e é encarado como mais uma ferramenta que está ali para produzir um produto. A alienação do trabalhador é-lhe imposta de fora e ele sente-a negativamente; implica a fragmentação da pessoa humana e o impedimento de exercer funções especificamente humanas.
Para o trabalhador alienado, o trabalho em vez de ser fonte de humanização é uma função à qual ele quer escapar o mais depressa possível, apenas um fardo que tem de carregar para subsistir, como o animal de carga, alimentado pelo dono enquanto desempenhar a tarefa.
Segundo Marx, o trabalhador é alienado por dois motivos básicos: (1) primeiro porque é despojado do produto do seu trabalho – não tem controlo sobre aquilo que produz – (2)segundo, porque é impedido de realizar as suas potencialidades como ser humano, dado que não participa na organização do trabalho, não controla a sua atividade produtiva e é encarado como mais uma ferramenta que está ali para produzir um produto. A alienação do trabalhador é-lhe imposta de fora e ele sente-a negativamente; implica a fragmentação da pessoa humana e o impedimento de exercer funções especificamente humanas.
Para o trabalhador alienado, o trabalho em vez de ser fonte de humanização é uma função à qual ele quer escapar o mais depressa possível, apenas um fardo que tem de carregar para subsistir, como o animal de carga, alimentado pelo dono enquanto desempenhar a tarefa.
Mas a alienação sofrida pela mulher enquanto mulher – e não apenas enquanto trabalhadora - é diferente da alienação dos trabalhadores e Marx não forneceu instrumentos concetuais para lidarmos com ela. Assim, torna-se necessário construir uma teoria da alienação que a explique.
(1) Em primeiro lugar, a mulher sofre alienação cultural porque é obrigada a assimilar uma cultura para a qual não contribuiu, da produção da qual foi metódica e sistematicamente afastada, cujo objetivo básico é dominá-la; para o percebermos, basta lembrar a linguagem e a carga sexista implícita, a literatura enquanto veículo de misoginia, a ciência e a filosofia, igualmente eivadas de preconceitos sexistas, veiculando uniformemente uma imagem desvalorizada da mulher.
(2)Em segundo lugar, outra fonte de alienação é a objetificação sexual das mulheres, alienadas da sua própria sexualidade, convidadas a verem-se como objetos passivos do desejo de outrem, estimuladas a assumirem um modelo masculino de sexualidade, apresentado como universal. A objetificação sexual significa ser identificada com o corpo, reduzida ao corpo, que como sabemos até tem sido alvo de depreciação pelas religiões, culturas em geral e mesmo pelo senso comum: o ser humano tem corpo, mas a sua dignidade, o seu valor, entende-se, reside na sua mente e personalidade. A objetificação sexual das mulheres é uma forma de empobrecer o seu ser e de o fragmentar.
(3) Por último, mas não menos importante, as mulheres são alienadas do seu próprio corpo que, ao invés de entenderem como um instrumento para conquistarem o mundo e transcenderem a sua condição animal, lhes é apresentado como algo passivo que se destina apenas a ser visto e, em certas condições, a ser apreciado: uma mulher verdadeiramente feminina não corre, não salta, não se arrisca, não é uma «Maria rapaz»; é sossegada, bonita, decorativa.
Todos estes aspetos distinguem a alienação sofrida pelos trabalhadores da sofrida pelas mulheres; (4) mas há um outro, porventura ainda mais preocupante e a requerer explicação pela perplexidade que suscita: enquanto os trabalhadores experimentam a alienação como algo negativo e reagem com a percepção mais ou menos clara de que ela representa uma ameaça à sua identidade como seres humanos plenos, as mulheres, muitas mulheres, são cúmplices da sua própria alienação, não a percebem negativamente e até tiram prazer dela e em muitos casos ainda procuram melhorar a sua «performance», procurando tornar-se mulheres melhores, mais femininas, no que a feminilidade implica de alienação.
Este último aspeto é extremamente importante e uma teoria da alienação das mulheres precisa de explicar. Ora, a chave para a compreensão deste fenómeno parece residir no narcisismo feminino que ao mesmo tempo que resulta da objetificação a reforça e a torna prazerosa já que a mulher tira satisfação erótica do seu corpo enquanto objeto belo.
Perceber essas amarras como algo positivo ou mesmo "engrandecedor" sempre foi algo que me deixou perplexa.
ResponderEliminarEu questionei esses padroes de gênero desde muito novinha, quando eu comecei a perceber que meus pais (em especial minha mae) me tratava de modo tao dinstinto do meu irmao.
Eu até hoje nao compreendo como meninas e mulheres ainda aceitam isso como totalmente normal e ainda acham que estao realizando um grande feito!
Fran
Marx era um ignorante que pregava a destruição do Estado dando poderes absolutos ao Estado, ou seja, Lógica Nota ZERO.
ResponderEliminarQuerer usar Marx é realmente pra lá de cretino, só no Brasil ainda se estimula na universidade esse marxismo cultural fajuto, me mostra um lugar onde o Socialismo deu certo.
Vai em Cuba ver a prostituição infantil aceita pela família...
alguem sobre o sobrenome desta autora para introduzir como referência em meu trabalho
ResponderEliminarCaro Diogo
ResponderEliminarIgnorante é voce. Toda a gente sabe que Marx, discorde-se ou não dele, é um autor incontornável. Só mesmo um ignorar para produzir um discurso autoritário e dogmático como o seu. Leu o texto? Você não percebeu que, independentemente da referencia a Marx. está perante um texto argumentativo?