quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Misoginia no local de trabalho

Mori Cameron (44), a primeira mulher guarda da Torre de Londres em 524 anos acusou três colegas de a terem assediado sexualmente quando se encontrava (sozinha) no seu posto. A queixa está a ser investigada e dois deles foram entretanto suspensos de funções.

O uniforme de Cameron foi vandalizado e foram deixados comentários insultuosos no seu cacifo. Parece que os homens continuam a reagir negativamente ao acesso das mulheres a um estatuto profissional igualitário e que o cavalheirismo descamba em misoginia sempre que a oportunidade se oferece.
O episódio é tanto mais grave quando seria de esperar um comportamento digno e irrepreensível de elementos do exército britânico que são escolhidos para este cargo depois de terem prestado provas exigentes e após um longo período de exercício de funções.

6 comentários:

  1. Olá Adília, já viste o que aconteceu a uma estudante no Brasil, numa faculdade, em função da roupa que trajava? Vi no Síndrome de Estocolmo e depois apanhei os vídeos. Curiosamente, a moça referiu que estava habituada aos piropos - que são normais - até que descambou numa situação absolutamente terrífica.
    Abraço.

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  2. Nunca ha sido fácil para nosotras abrirnos paso en un mundo misógino como este. Sin embargo, no vamos a quitar el dedo del renglón. Mujeres como Mori Cameron nos abren el paso en el mundo laboral, aun a pesar de la hostilidad con la que son recibidas. Les debemos agradecimiento y respeto, pero sobre todo, sororidad.

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  3. Oi, Woman once a Bird
    Só hoje te respondo porque tenho estado com dificuldade de acesso à net. De facto também li no Síndrome De Estocolmo. Inacreditável, só não comentei porque já tudo estava dito. Mas não apanhei os vídeos,já tinham sido retirados,penso.
    Abraço.

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  4. Ser Filosofista
    Concordo inteiramente com a importancia de dar a conhecer casos como este, exemplos de mulheres que conseguiram furar o bloqueio.
    Abraço

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  5. woman once a bird,sou brasileira e a questão aqui é complicada.Vivems numa intensa pornocultita onde a colaboração da mulher é intensa,vide nosso carnaval.Tanto homens quanto mulheres são culpados.Não tem como culpabilizar somente os homens se as mulheres faze questão de ser objeto.Como fazer com que os homes no vejamcomo seres humanos se persoficamos a objetificação? Roupas de homens nunca são erotizadas.

    Na minha faculdade,os alunos trajam bermudas e saias e isso nunca aconteceu,para vc fazer idéia.Alguma coisa lá tinha.

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  6. Woman once a Bird
    Eu não sou tão severa com as mulheres porque tenho bem a noção dos poderosos processos de condicionamento a que somos sujeitas e a que é muito dificil resistir. Repara que se foi possível condicionar caes a salivarem ao som de campainhas, se foi possível provocar experimentalmente situações de neurose e ansiedade em cães, porque não há-de ser possível condicionar mulheres a alinharem com as práticas sexuais que os homens fantasiam, por mais aberrantes que estas sejam? e a deixarem-se tratar como objectos, acabando muitas vezes por internalizar essa objectificação. Aqui há tempos, num blog, uma menina escrevia meio em ar de graça que gostava de ser dominada e que era pena os machos já nem sempre corresponderem a esse seu desejo. Claro que a desanquei, também meio a rir meio a chorar, mas o episódio revela bem o estado a que chegamos.
    O que é preciso é começarmos a perceber, e penso que a avassaladora maioria das mulheres ainda não percebeu, que a sexualidade humana é construida e moldada pela sociedade em que os machos mandam e é «imposta» às putas, às esposas e às namoradas.Estamos todas no mesmo barco. As mulheres não tem oportunidade de construirem a sua sexualidade até porque a promiscuidade feminina é fortemente penalizada e apesar dos riscos esta poderia ser uma via para experiências mais variadas, para uma procura pelo próprio prazer e pelas próprias fantasias eróticas, mas até este caminho nos está socialmente vedado.
    Um destes dias vou escrever sobre a promiscuidade sexual e abordar o tema da promiscuidade feminina que penso anda bastante descurado e sobre o qual será preciso começar a reflectir para perceber as coisas.
    abraço, Adília.

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