Uma lei internacional, cujo objectivo era proteger crianças do sexo feminino, foi derrotada recentemente nos Estados Unidos quando o partido republicano resolveu retirar-lhe o seu apoio com o argumento de que a medida iria custar dinheiro ao erário público. Tal lei, a ser aprovada, reconheceria o casamento de crianças como uma violação dos direitos humanos e permitiria a partir daí desenvolver estratégias para evitar esse tipo de casamento.
A prática do casamento de crianças encontra-se disseminada a nível mundial e basicamente permite que as famílias utilizem as filhas, meninas ainda ou adolescentes, como moeda de troca. Desse modo, as crianças do sexo feminino, muitas vezes com apenas dez anos de idade, são «dadas» - leia-se vendidas - em casamento a homens que geralmente têm mais do dobro da sua idade. É a educação dessas crianças que fica comprometida, é a sua saúde que corre um risco sério, é o ciclo infernal de pobreza que não vai ser quebrado.
E tudo isto acontece sem que a comunidade internacional consiga intervir, com um país tão poderoso como os Estados Unidos a eximir-se de responsabilidades através de um partido que revela nestes pequenos pormenores a sua identidade reaccionária.
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