3.a
Voltei a reler o último texto
que escrevi e resolvi hoje salientar aquelas que considero serem as ideias
chave que precisamos de ter presentes:
·
A sexualidade não corresponde a
espontaneidade; a sexualidade é aprendida.
·
O modelo que as mulheres aprendem é
o da submissão, da objetificação e da passividade; o erotismo nas mulheres não consiste
em desejar, mas em serem desejadas.
·
Esse modelo ajuda a perpetuar a
sociedade patriarcal porque não só define o estatuto sexual das mulheres como
define também o seu estatuto enquanto pessoas - o seu lugar no mundo.
·
As mulheres, na sua generalidade,
não só não têm consciência de que aprendem a sexualidade como ainda menos têm
consciência de que o modelo que aprendem e interiorizam se reveste de consequências
devastadoras para a sua autonomia pessoal.
·
Serem “sexy” é a única maneira que
as mulheres têm de exprimirem a sua sexualidade; mas é uma maneira passiva,
transitória e contingente.
·
Muitas mulheres, particularmente as
jovens centram-se na tarefa de serem “sexy” e esquecem que deveriam procurar
outras formas de poder e outros lugares no mundo.
Em
síntese: a sexualidade é a forma de cada pessoa viver o sexo, mas essa forma de
viver o sexo não foi criada por ela própria, e aqui é que está o paradoxo,
parece que estamos a falar de uma coisa íntima e pessoal e afinal estamos a
falar de uma realidade política (como as feministas da década de setenta
descobriram, o pessoal é sempre político).
Esse texto é muito bom ! Isso é muito verdadeiro, a mulher sempre tem uma "vagina que espera ser penetrada" pelo homem, nunca é a vagina que vai atrás do que ela deseja, rsrsrs, E o sexo não se restringe só ao ato sexual em si, essa "característica da vagina" pode ser uma analogia ao próprio SER mulher, a feminilidade em si. A mulher objeto que não se afirma como um sujeito no mundo
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