Detectar o sexismo na linguagem é o primeiro passo, o segundo tem de ser o de encontrar os mecanismos que permitam superá –lo. Teresa Meano Suarez, citando o livro Nombra, elaborado pela Comissão Assessora para a Linguagem do Instituto da Mulher (Espanha), apresenta algumas sugestões que nos podem ajudar.
«As possibilidades que (o Nombra) nos coloca são realmente variadas, criativas e diversas. Frente aos difíceis e contínuos (o/a, o (a), o-a) nos oferecem: a utilização de genéricos reais (vítimas, pessoas, vizinhança - e não vizinhos, 'população valenciana' - e não 'valencianos'). Também o recurso aos abstratos (a redação e não os redatores, a legislação e não os legisladores). Mudanças também nas formas pessoais dos verbos ou dos pronomes (no lugar de Na Pré-história os homem viviam... podemos dizer os seres humanos, as pessoas, as mulheres e os homens e também na Pré-história se vivia... ou na Pré-história vivíamos...).
Outras vezes podemos substituir o suposto genérico homem ou homens pelos pronomes nós, nosso, nossa, nosso ou nossos (É bom para o bem-estar do homem... substituído por É bom para o nosso bem-estar...). Outras vezes podemos mudar o verbo da terceira para a segunda pessoa do singular ou para a primeira do plural sem mencionar o sujeito, ou colocar o verbo na terceira pessoa do singular precedida pelo pronome se ('Se recomenda aos usuários que utilizem corretamente o cartão' ... substituído por 'Recomendamos que utilize seu cartão corretamente...' ou 'Se recomenda o uso correto do cartão'). Ou ainda as mudanças do pronome impessoal ('Quando um se levanta' ficaria 'Quando alguém se levanta' ou 'Ao levantarmos' e também mudaríamos 'O que tenha passaporte ou Aqueles que queiram...' por 'Quem tenha passaporte...' ou 'Quem queira...').
Também temos recomendações para corrigir o uso androcêntrico da linguagem e evitar que se nomeiem as mulheres como dependentes, complementos, subalternas ou propriedades dos homens (Os nômades se transportavam com seus utensílios, gado e mulheres, Se organizavam atividades culturais para as esposas dos congressistas. Às mulheres lhes concederam o voto depois da Primeira Guerra Mundial), oferecendo-nos múltiplas e variadas soluções. E assim mais, muito mais.»
http://www.envio.org.ni/articulo/1149
http://www.envio.org.ni/articulo/1149
Bravo! Depois de identicar na pornografia a raíz de todo o sexismo (ignorando o carácter polissémico da mesma e esquecendo convenientemente que é precisamente nas sociedades mais livres e abertas onde há maior produção e procura da dita), a Adília lança-se agora sobre a linguagem, a qual é necessário vigiar, punir, alterar... Bravo, Orwell teria gostado, os ayhatolas também.
ResponderEliminarMeu caro
ResponderEliminarVocê tem muitas confusões na sua cabeça e parece perder o foco daquilo que eu digo ou escrevo. De resto, como pode ver, o texto de hoje até nem é meu e o Nombra é uma iniciativa de um país que procura combater o sexismo nas suas diversas versões.
Quanto à pornografia, claro que nos países que refere ela realmente em princípio não circula e você sabe porquê? porque nesses países a religião sai-se melhor e é tão intolerante que faz o serviço que nos mais avançados, onde perdeu clientes, cabe à pornografia que dá uma ajuda
muito moderna para manter o status quo. De resto eu já disse e repito se é que não ouviu, que eu não sou contra a pornografia , mas sou contra a pornografia sexista que se calhar é a única que voce conhece e que acha muito bem.
Já agora se não fosse pedir muito gostava de saber porque é que voce se entende como feminista, ou será que esta agozar com a malta?!
Só mais um pormenor, agora a propósito da linguagem. Eu sou cidadã de um país que em pleno século XXI me atribui um «Cartão de Cidadão». Faça um exercício de imaginação, se não é pedir muito: como é que você, como cidadão de um país, se sentiria se lhe entregassem, para se identificar,um «cartão de cidadã»? Será que ia achar irrelevante e passava à frente sem qualquer reparo? E este até nem é um dos aspectos mais graves do discurso linguístico, lembre os inúmeros provérbios que menorizam e insultam as mulheres, mas se calhar você acha-lhes graça e reprova a minha falta de «fair play».
ResponderEliminarEnfim,maneiras de estar e ver o mundo ...
Claro que pornografia (sexista) e linguagem sexista são reflexos da sociedade sexista em que vivemos, mas são reflexos que a reforçam e ajudam a consolidar, por isso é que a denúncia é necessária.
Adília,
ResponderEliminarPenso que a linguagem sexista é muito mais evidente quando se verifica a ausência de outros valores... éticos, espirituais.
Eu toda a vida disse que não sou feminista porque o importante não é separar as águas... a grande resposta está na complementaridade... quando existe tolerância.
Romei a liberdade de abrir um gadget com o seu blogue no meu
http://corujaenlaventana.blogspot.com/
Se não for do seu agrado, eu elimino.
Um abraço.
Sabe, sensata coruja, eu coloco muitas reservas à complementaridade que em tese seria ideal, mas que na prática se tem revelado um poderoso instrumento para discriminar e inferiorizar as mulheres. Percebo a sua ideia mas afirm-me como feminista porque entendo que as mulheres continuam a ser injustamente tratadas em muitas situações e em muitas partes do mundo e defendo direitos iguais para mulheres e homens.
ResponderEliminarQuanto ao gadget, fiquei encantada com a ideia, obrigada pela iniciativa.
abraço adília
Eu é que agradeço, Adília.
ResponderEliminarE acho que tem toda a razão ao afirmar que as mulheres continuam a ser injustamente tratadas em muitas situações... ah! que diferença! Imagina o que seria de algumas situações se algumas mulheres que fossem homens?
Fico consigo. Abraço
Ok, para que não diga que não me explico, vá lá então à insuspeita wikipedia...
ResponderEliminarhttp://en.wikipedia.org/wiki/Sex-positive_feminism
Se quiser mais dados deixe recado, caso contrário siga os diversos links da wiki, verá que há mais feminismo para além do seu radicalismo puritano.
Olhe, e já agora, como é uma notícia do dia, veja bem o que se passa na Dinamarca, provavelmente uma das sociedades mais abertas e tolerarantes do mundo...
ResponderEliminarhttp://www.spiegel.de/international/zeitgeist/0,1518,665182,00.html
Nem me vou dar ao trabalho de seguir os links dado que você nem sequer se deu ao trabalho de se explicar pelas suas próprias palavras.
ResponderEliminarPasse bem.
Faz mal Adília, faz mal.
ResponderEliminarComo bem sabe, a curiosidade é a chave de todo o conhecimento e a ignorância a de todo o dogma.
Por isso também, tenho-me dado ao trabalho de a ler e de seguir os seus links, referências, autor@s... O que a assusta tanto nas referências, hiperligações, autor@as que lhe proponho» ao ponto de excluir de imediato qualquer consulta às ditas?
Não se esqueça nunca das condições sine qua non do conhecimento e do dogma, não se esqueça disso, Adília.
Cps