sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sexismo na política


Sobre as recentes entrevistas às duas candidatas e a um candidato à Presidência do Brasil, publico, com a devida vénia, um excerto de um interessante texto do blog «cinema e outras artes» que fala por si quanto a prevalência do sexismo nas nossas sociedades.

«Pois se a insistência do bad cop Bonner quanto ao alegado autoritarismo de Dilma trouxe, latente, o culto ao estereótipo de que mulheres, mesmo no comando, devem ser “femininas” e “delicadas” – como se isso tivesse alguma importância no exercício de cargos administrativos - e a feminilidade delicada de Marina acabou por lhe render um tratamento que não poucas vezes soou paternal e leniente – como se de um ser essencialmente frágil e, fica implícito, medianamente competente se tratasse -, Serra, por outro lado, foi tratado como um autêntico patriarca.
A interação do casal de entrevistadores com ele – da qual o tímido o “ senhor me permita”, vocalizado por Bonner, é expressão cabal de subserviência - claramente reverenciou “o político experiente”, “o administrador”, “o realizador”, encarnações do poder fálico decidido e destemido, o qual, ao contrário do que ocorre, na visão do JN, com as candidatas mulheres, não precisa mostrar a que veio.
Se isso não é uma demonstração cabal de ideário machista, a se somar a interesses classistas e empresariais, eu sou o Pato Donald.»

3 comentários:

  1. Sim, é isso mesmo! "Eles" não toleram a ideia de uma mulher no poder - a não ser que seja "feminina" e "delicada" o suficiente para ser tratada como um ser frágil, e ter suas decisões contestadas na primeira turbulência.

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  2. Tudo isso é verdade.
    Só que, por mais que goste do Lula, acho que ele também não ajudou dizendo que esperava que Dilma fosse tratada coom mais gentilieza por ser mulher.
    http://www.youtube.com/watch?v=04oYuIhpuZ0
    Dessa forma todas as relações de poder e de interesse são apagadas ou minimizadas.

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