O medo da violência sexual é uma arma poderosa para manter a ordem social no que às mulheres diz respeito porque é um meio de lhes limitar a liberdade de movimentos e de prescrever os comportamentos que nelas serão aceitáveis. Esses comportamentos poderão ir desde o uso da burka ou do véu até à exigência de vestuário considerado não provocativo da libido masculina. Quer dizer, mais uma vez o ónus recai sobre as mulheres pois não se considera que seja necessário os homens restringirem os seus comportamentos agressivos, só é preciso não os provocar.
A sociedade, mesmo em países ditos evoluídos, é complacente para com a violência sexual de muitas maneiras; uma das mais eficientes é culpabilizar a vítima e compreender o agressor, do qual desse modo se desvia a atenção. Seguindo esta estratégia, as pessoas ficam com a consciência tranquila e ao mesmo tempo, dá-se às mulheres uma falsa sensação de segurança, a sensação de que nada lhes acontecerá se se comportarem de acordo com a cartilha machista que defende o duplo padrão em matéria de sexo e que enaltece a mulher recatada e modesta. Mas, esquece-se que deste modo está a estimular-se, ainda que indirectamente, a violência sexual.
Culpar a vítima de violência sexual é de alguma maneira desculpar essa mesma violência, é considerar que há casos em que ela se justifica. Ora, seja qual for a circunstância, em nenhuma situação é admissível o recurso à violência sexual, e, portanto, quem a desculpabiliza está a ser conivente com ela e é bom que comece a perceber que tem uma quota parte de responsabilidade na matéria; e com isto, estou a apontar o dedo a instituições e a muitas pessoas respeitáveis, mulheres incluídas.
Nenhuma forma de violência é justificável, seja ela contra a mulher, criança, adolescente, etc,etc,etc. Uma pessoa pode ficar nua diante da outra sem que haja violência, o homem encontra desculpas e mais desculpa para mostrar que é macho, portanto, ele não passa de um agressor vulgar e repugnante. Os defensores da violência deveriam se colocar no lugar da pessoa e sentir as ofensas na própria pele, seja ela carnal ou psíquica; violência é violência e não existe desculpa para isso. Amei seu blog, parabéns. Abraços Heudes
ResponderEliminarObrigada pela visita e pelo reforço que dá à luta contra a violencia seja qual for a forma como se apresente.
ResponderEliminarAbraço, Adília