domingo, 25 de julho de 2010

A discriminação positiva continua a fazer sentido

Afinal a discriminação positiva e o sistema de quotas, tão desprestigiado em certos países como os Estados Unidos, continuam a ser usados em outros que apresentam elevados índices de desenvolvimento como é o caso da Noruega.

Em 2004 a Noruega introduziu uma lei que obrigava algumas empresas privadas, as mais importantes, inscrita na Oslo Stock Exchange, a integrarem um número maior de mulheres nas suas administrações. Nessa época, a voz corrente previu a desgraça: por causa das quotas as empresas iam ver-se obrigadas a admitir pessoas menos qualificadas; os resultados económicos iam ressentir-se; os homens seriam injustiçados porque teriam de dar a vez a mulheres que poderiam ter menor mérito do que eles para ocuparem o lugar. Numa palavra, os velhos argumentos que tão bem conhecemos.
Mas afinal as previsões não se realizaram e a medida foi sendo implementada pacificamente, não tendo havido objecções nem a apresentação de exemplos de experiências negativas. Talvez que isso tenha ocorrido pelo facto da medida ter sido apoiada por um largo espectro politico que incluía os conservadores e por na Noruega a opinião pública já estar acostumada com a ideia de quotas para cargos políticos, como meio de queimar etapas e repor uma situação mais equitativa e mais representativa da população. Contudo, só em 2006 a medida foi tornada obrigatória e foram previstas penalizações para os infractores, a partir daí o sistema funcionou com maior celeridade e em 2009 foi atingida a interessante percentagem de 40% de mulheres nos cargos administrativos dessas empresas.
(Li esta materia em post recente do blog Feminist Philosophers)

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