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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A ONU e o debate sobre a igualdade de género

A 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada em 2011, foi marcada pelo debate sobre a igualdade de género. Pela primeira vez, desde que a ONU existe, o discurso de abertura foi proferido por uma mulher, no caso, a Presidenta do Brasil Dilma Roussef que chamou a atenção para o papel desempenhado no Brasil pelas mulheres no sentido de atenderem ao problema das desigualdades sociais, apesar de muito ainda precisar de ser feito para atenuar as desigualdades de género. Roussef rendeu homenagem a Michelle Bachelet, diretora executiva de ONU Mulheres: “Junto a minha voz às das mulheres que se atreveram a participar na luta política e no mercado de trabalho e que forjaram o espaço político sem o qual eu não estaria aqui.”

Os Chefes de Estado e os membros de governo presentes pronunciaram-se unanimemente no sentido de se incrementar a participação política das mulheres e de acabar com os atropelos aos seus direitos enquanto direitos humanos. De entre as diversas intervenções, saliento:

O facto de Os Emirados Arabes Unidos disponibilizarem um fundo de 5 milhões de Dólares para ONU Mulheres.

O apoio do Presidente da Nigéria à ONU Mulheres referindo que 30 por cento dos membros do seu gabinete são mulheres.

A insistência da Espanha e da Indonésia em melhorarem o papel das mulheres na economia, chave que pode abrir a sua maior participação na vida social e política.

A declaração do ministro dos assuntos exteriores de Burkina Faso que anunciou que o Grupo de Estados Africanos iria introduzir um projecto de resolução sobre a mutilação genital feminina.

Todos estes sinais são sinais positivos; convém conhecê-los e saudá-los pois, como disse a Ministra da Noruega para os Assuntos Exteriores, os Estados que insistem na discriminação não conseguem superar o ciclo infernal da pobreza.

sábado, 3 de setembro de 2011

Artemisa Gentilesch – uma mulher num universo masculino

Ainda hoje há quem defenda, como a anti-feminista Camila Paglia, que a Arte e a criação artística são prerrogativa masculina, de modo que será bom começarmos a dar atenção às mulheres que, contra todas as probabilidades, se conseguiram afirmar num universo cultural definido à partida como masculino. Tal foi o caso de Artemisa Gentileschi (1593-1652), pintora italiana da primeira fase do barroco.
Gentileschi foi a primeira mulher a integrar a Academia da Arte do Desenho de Florença; focou-se em heroínas bíblicas que retratou de um ponto de vista feminino. Assim, por exemplo, influenciada por Caravaggio pintou como ele a cena de Judith com a cabeça de Holofernes. Holofernes era um general assírio apostado em destruir o lar de Judith, uma bela viúva que ele desejava sexualmente. Esta, aproveitando o acesso fácil que tinha à tenda do general, acabou por decapitá-lo. A cena inspirou inúmeros pintores em várias épocas; mas a representação da figura feminina por Artemisa Gentileschi revela uma força e uma determinação que parecem faltar na pintura do mestre e que também não encontramos em outros pintores que trataram o mesmo tema.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mais mulheres nos órgãos diretivos das empresas


A exemplo da Noruega, que já nos idos de 2003 adotou medidas para reforçar a presença feminina nas administrações das principais empresas do país, e da Finlândia, que tornou obrigatória a justificação por parte de empresas que não apresentem representação feminina nos seus órgãos decisórios, a Comissão Europeia parece ter acordado finalmente para o problema e por 543 votos a favor, 109 contra e 29 abstenções aprovou medidas tendentes a contribuírem para a sua resolução, assim, se necessário, prevê mesmo o estabelecimento de quotas para o ano de 2012 para que se atinja uma percentagem de 30% em 2015 e de 40% em 2020 em órgãos de direção das empresas dos Estados membros.
Rodi Kratsa, vice-presidente do Parlamento Europeu, no debate prévio à aprovação das medidas, reforçou a ideia de que a presença de mulheres nos órgãos administrativos das empresas não é só uma questão de ética e de igualdade de oportunidades mas também é um elemento estrutural para a competitividade das empresas e para o crescimento económico dos países.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mulheres nos Media




Jill Abramson (57, casada, dois filhos) nomeada directora executiva do New York Times, com funções efetivas a partir de Setembro de 2011, será a primeira mulher a exercer este cargo nos 160 anos de vida deste jornal diário, autêntica instituição no quadro do jornalismo estado-unidense.
Jill Abramson, que trabalhou anteriormente em 'The Wall Street Journal como jornalista de investigação, ingressou em 2000 nos quadros do New York Times.
Jill, uma mulher reservada, que tem merecido enorme atenção a partir do momento em que a nomeação foi tornada pública, é reconhecidamente uma jornalista feminista.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A emancipação das mulheres

Vale a pena assistir ao vídeo que mostra a extraordinária caminhada que as mulheres têm vindo a percorrer um pouco por todo o mundo.
Pode activar legendas se clicar nos subtitles e escolher o idioma



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

As quatro magníficas

A Suiça atingiu um marco histórico com a eleição de Simonetta Sommaruga para um governo no qual dos setes ministérios quatro são desempenhados por mulheres. Tal aconteceu apenas quarenta anos depois de ter sido concedido o direito de voto às mulheres suiças (1971), o que, comparativamente com outros países, merece ser assinalado. Mas não nos deixemos deslumbrar, no parlamento suíço a representação das mulheres não excede os trinta por cento e o mundo dos negócios continua a ser avassaladoramente dominado por homens.
Uma nota positiva: Simonetta Sommaruga já se pronuciou a favor de medidas que não permitam a discriminação de minorias, sejam religiosas, etnicas, culturais ou quaisquer outras.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Abigail Adams - precursora feminista

Não deixa de ser curioso ter de introduzir Abigail Adams em termos dos papeis sociais de esposa e de mãe que ela desempenhou, mas, na época, século XVIII e inícios do século XIX, era virtualmente impossível sair desse padrão. Assim temos que Abigail Adams (1744-1818) foi esposa de John Adams, segundo Presidente dos Estados Unidos, e mãe do sexto presidente do mesmo país. Mas, para alem de esposa e de mãe, Abigail foi uma mulher determinada e enérgica que, com os recursos que tinha à disposição, tentou fazer a diferença e, no seu caso, a diferença consistiu em tentar influenciar o marido no sentido deste aprovar medidas legais que atenuassem a injusta situação em que as mulheres, particularmente as casadas, se encontravam.
Há uma carta dela para o marido que denuncia bem como essas injustiças a preocupavam e como tentava intervir no sentido de lhes por cobro:

“Lembre-se das Senhoras e seja mais generoso e favorável para com elas do que os que o antecederam. Não coloque um poder tão ilimitado nas mãos dos maridos. Lembre-se que todos os homens serão tiranos se puderem. Se não for dada uma atenção e cuidado particulares às senhoras, estamos determinadas a fomentar uma rebelião e não nos sentiremos limitadas por quaisquer leis para a feitura das quais não fomos ouvidas ou representadas.”
Abigail Adams, 1776 ( carta dirigida ao marido John Adams)

Alguns aspectos a salientar: Abigail tem a noção correcta de que todo o poder corrompe e que dar aos maridos tamanha autoridade sobre as esposas era legalizar o abuso. Lembremos que, na época com o casamento, a mulher deixava de ter existência legal e, por exemplo, não tinha sequer direito de propriedade sobre os bens que trazia para o casamento que passavam a pertencer ao marido.
Interessante é também a ideia de que não se pode exigir obediência a uma lei para a qual não se contribui através de representação, havendo nesse caso infracção do contrato social entre governados e governantes.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mulheres que não têm medo

Amélia Mary Earhart, de que poucas ouvimos falar - não foi considerada personagem apropriada para televisão ou para cinema, (vá-se lá saber porquê!) - foi uma mulher que não teve medo, uma verdadeira heroína. Não teve medo de se afastar dos modelos que a sociedade de supremacia masculina prescreve para as mulheres e que a maioria aceita sem recalcitrar porque considera que só assim encontra segurança e se resguarda da violência masculina, condenando-se a uma vida mesquinha de submissão e subserviência.

Porque foi uma mulher que não teve medo não é apresentada como exemplo às jovens, os exemplos são as cantoras e as modelos que vivem vidas que não entram em conflito com os valores tradicionais - afinal a aparência, a beleza física sempre foram consideradas importantes nas mulheres - até se achava que o «belo sexo» nem se devia preocupar com outras coisas: estudos e carreiras profissionais só podiam masculinizá-las!

Amelia Mary Earhart nasceu em 1897 no Kansas e desapareceu em 1937 quando voava sobre o Oceano Pacífico. Uma vida curta, é certo, mas uma vida que fez a diferença. Foi pioneira da aviação nos Estados Unidos, escreveu livros nos quais relatou as suas experiências, organizou cursos para mulheres que queriam aprender a pilotar e defendeu os direitos das mulheres numa altura em que o voto lhes era negado.

Uma mulher de coragem que devia servir de exemplo a todas as jovens, mas cuja vida até à data tem sido silenciada. Esperemos que a história seja revertida pois tudo leva a crer que Amelia Mary Earhart vai estar brevemente representada na National Statuary Hall - uma sala no Capitólio que expõe as esculturas de americanos/as proeminentes.

domingo, 25 de julho de 2010

A discriminação positiva continua a fazer sentido

Afinal a discriminação positiva e o sistema de quotas, tão desprestigiado em certos países como os Estados Unidos, continuam a ser usados em outros que apresentam elevados índices de desenvolvimento como é o caso da Noruega.

Em 2004 a Noruega introduziu uma lei que obrigava algumas empresas privadas, as mais importantes, inscrita na Oslo Stock Exchange, a integrarem um número maior de mulheres nas suas administrações. Nessa época, a voz corrente previu a desgraça: por causa das quotas as empresas iam ver-se obrigadas a admitir pessoas menos qualificadas; os resultados económicos iam ressentir-se; os homens seriam injustiçados porque teriam de dar a vez a mulheres que poderiam ter menor mérito do que eles para ocuparem o lugar. Numa palavra, os velhos argumentos que tão bem conhecemos.
Mas afinal as previsões não se realizaram e a medida foi sendo implementada pacificamente, não tendo havido objecções nem a apresentação de exemplos de experiências negativas. Talvez que isso tenha ocorrido pelo facto da medida ter sido apoiada por um largo espectro politico que incluía os conservadores e por na Noruega a opinião pública já estar acostumada com a ideia de quotas para cargos políticos, como meio de queimar etapas e repor uma situação mais equitativa e mais representativa da população. Contudo, só em 2006 a medida foi tornada obrigatória e foram previstas penalizações para os infractores, a partir daí o sistema funcionou com maior celeridade e em 2009 foi atingida a interessante percentagem de 40% de mulheres nos cargos administrativos dessas empresas.
(Li esta materia em post recente do blog Feminist Philosophers)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mulheres nas ciências e tecnologias

Em vez de filmes ou de documentários televisivos temos de nos contentar com T shirts para comemorar os feitos notáveis de mulheres a todos os títulos ilustres. É o que acontece com Ada Lovelace (que inventou o primeiro programa de computador conhecido) e Marie Curie (que descobriu a radioactividade). A boa notícia é que parte do rendimento das T shirst se destina a uma organização empenhada em apoiar programas de protecção a meninas em situação de risco.

Madame Curie é bastante conhecida, Ada Lovelace muito menos, daí o meu contributo com o breve registo a seguir apresentado:
Ada Augusta Byron, nasceu em 1815 e foi a única filha legítima do poeta Lord Byron. Os pais separaram-se quando tinha apenas um mês de idade e Byron, embora a lei inglesa lhe reconhecesse o direito de exigir a custódia da filha, nunca fez valer esse direito; Ada não chegou a conhecer o pai que morreu quando ela tinha 9 anos de idade.
Embora enfermiça e sujeita a períodos longos de doença, Ada interessava-se pelos estudos, particularmente pela matemática que começou a aprender de tenra idade com aulas ministradas por professores competentes, entre os quais se destacou Augustus de Morgan que cedo reconheceu capacidades notáveis na discípula, prevendo que viria a distinguir-se na matéria.
Casou com William King, primeiro conde de Lovelace em 1838 e tiveram três filhos, dois rapazes e uma rapariga. O seu interesse pela matemática continuou e ao traduzir um artigo de um matemático italiano, resolveu complementá-lo com um conjunto de notas suas mais extensas que o próprio artigo; essas notas incluem um método para calcular uma sequência numérica que, segundo os entendidos na matéria, foi o primeiro programa de computador conhecido.
Ada Lovelace morreu de cancro em 1852 com apenas trinta e seis anos.

sábado, 15 de maio de 2010

Jessica Watson - uma verdadeira super-estrela

Jessica Watson, 16, chegou este sábado a Sidney depois de ter enfrentado, durante cerca de sete meses, vagas temerosas, intempéries e intensa solidão, sendo a mais jovem navegadora a alguma vez ter dado a volta ao mundo.
Jessica é um modelo de que este nosso mundo está bem precisado, numa altura em que assistimos a fenómenos estranhos de sexualização de crianças, com a aprovação dos próprios pais, em danças eróticas em que imitam os ícones do momento, ou à participação também de crianças em concursos de beleza e outras futilidades perfeitamente desajustadas em relação à idade em que se encontram.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Burqa - uma autêntica prisão ambulante

Com 136 votos a favor e duas abstenções, o Parlamento belga aprovou esta quinta- feira uma lei que proíbe o uso em público do véu islâmico que cobre totalmente o rosto, seja a niqab, seja a burqa, tornando-se assim o primeiro país a penalizar criminalmente esta prática, podendo vir a ser seguido pela França, país que tem a maior comunidade islâmica da Europa.
O argumento utilizado para fazer aprovar a lei invoca questões de segurança que se prendem com a dificuldade em identificar as pessoas que usam este tipo de vestuário e considera ainda que a burqa ou a nicab constituem uma autêntica «prisão ambulante» para as mulheres.
O grupo da amnistia internacional para os direitos humanos condenou a lei dizendo que ela constitui uma violação à liberdade de expressão e à liberdade de religião, o que não deixa de me causar alguma perplexidade. Como é que um organismo tão esclarecido não percebe ou não quer perceber que o próprio uso da burqa é em si mesmo um atentado aos direitos das mulheres enquanto direitos humanos, porque de facto, e vamos deixar de lado a hipocrisia, a burqa ou a nicab não são um símbolo religioso são acima de tudo um símbolo político de uma sociedade que defende valores que a civilização ocidental há muito repudiou, pelo menos formalmente, valores esses que repousam na dominação e controlo das mulheres.

Por isso saúdo o parlamento belga pela coragem de colocar os direitos das mulheres acima do politicamente correcto que seria fechar os olhos em nome do estafado relativismo cultural que tantos atropelos aos direitos das mulheres permitiu e continua a permitir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Britney tem orgulho no seu corpo – imperfeições e tudo

Numa atitude no mínimo interessante, consciente de como a publicidade pode pressionar as mulheres e desencadear processos que as levem a viver obcecadas com a aparência e com o desejo de perfeição corporal, imitando os icons do momento, a cantora Britney Spears pediu que as imagens do seu corpo usadas numa campanha publicitária de uma marca de roupa interior, e, obviamente, retocadas com a técnica do photoshop, fossem acompanhadas das imagens equivalentes antes do tratamento digital. E assim é possível ver a Britney real, não apenas o simulacro; e a Britney real continua a ser bela, mesmo com todas as imperfeições que celulite, manchas nas pernas, uma cintura menos delgada ou linhas menos definidas provocam.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mulheres no espaço

«O espaço está em vias de ter uma explosão de população feminina» - Quatro mulheres, uma professora, uma química e duas engenheiras espaciais são as protagonistas; uma delas está em órbita à volta da terra numa cápsula russa, as outras três fazem parte da tripulação do Discovery que está em órbita desde cinco de Abril.

Uma nota curiosa é que uma das astronautas, a japonesa Yamasaki, contou com o apoio do marido que deixou o seu posto de controlador de voo numa estação espacial para ficar a tomar conta da filha do casal, de sete anos, dando assim oportunidade à mulher de seguir a carreira profissional e de fazer História...

sábado, 27 de março de 2010

Na Islândia as mulheres não estão à venda

Na Islândia as mulheres não estão à venda e se calhar não é por acaso. Johanna Sigurdardottir[1], uma mulher, é primeira-ministra. Johanna conseguiu proibir no país os clubes de strip que, como facilmente se percebe, na maioria dos casos e das situações, são uma fachada para a prática da prostituição. Com esta medida, a indústria do sexo no país tem de fechar as portas e a Islândia passou a ocupar a posição 4 no ranking de 130 países quanto ao índice da diferença de género (os três primeiros também são países escandinavos).
A Islândia é um pequeno país (320.000 habitantes), mas deu um enorme passo ao aprovar uma lei que criminaliza a exploração sexual de mulheres, sem votos contra e com apenas duas abstenções. As razões invocadas foram feministas e não de natureza religiosa.
Kolbrún Halldórsdóttir, actual ministra do ambiente que tomou a iniciativa de propor a lei disse: «É inaceitável que mulheres ou pessoas em geral sejam um produto a ser vendido.», e asseverou que o sucesso obtido só foi possível com o empenhamento de muitas mulheres que trabalharam infatigavelmente na campanha para que a lei passasse. Na Islândia, as feministas não estão divididas em relação à prostituição, diferentemente do que acontece em outros países, por exemplo, no Reino Unido, embora este último, seguindo o modelo sueco, vá finalmente aprovar uma lei que penaliza quem prostitui a mulher.

A Islândia, além de um movimento feminista forte, tem muitas mulheres em cargos políticos, quase 50 por cento dos lugares no Parlamento são ocupados por mulheres. A este respeito, Halldórsdóttir disse: «Uma vez quebrado o tecto de vidro e havendo mais do que um terço de mulheres na política, alguma coisa vai mudar. A energia feminista parece perpassar todos os assuntos.»

[1] É a primeira mulher assumidamente lésbica assumir o cargo de primeira-ministra.

terça-feira, 23 de março de 2010

Fazer a diferença

Christine Lagarde (1956), ministra da Economia e Finanças de França desde Junho de 2007 e a primeira mulher a ocupar o cargo num país do G8, foi considerada pelo Financial Times a melhor ministra das Finanças da zona euro (em Novembro de 2009).
No programa Dayly Beast de «Women in the World Summit», em entrevista a Thomas L. Friedman do New York Times, avançou alguns conselhos relativamente ao modo como as mulheres se devem comportar num mundo dominado pelo poder masculino:

«Nunca imite os homens. Não assuma que vai ser ouvida porque grita mais alto, usa calão e se comporta como os homens que estão à volta da mesa. Seja você mesma, apenas. Nós temos energia bastante, confiança e capacidade técnica para desempenhar o lugar e sustentar as nossas posições sem ter necessidade de imitar um modelo que foi estabelecido por outras pessoas.»

segunda-feira, 22 de março de 2010

Investir na igualdade de género é uma aposta no desenvolvimento






«Somos prósperos porque investimos na igualdade de género e é importante que todas as nações percebam que a igualdade de género é um pré-requisito para o desenvolvimento, não o contrário.»

Estas palavras foram proferidas pelo actual ministro norueguês que desde Outubro passado tem a seu cargo a pasta da Igualdade de Género, tradicionalmente entregue a mulheres. Audun Lysbakken, trinta e dois, anterior deputado da esquerda socialista, defende que está na hora de mobilizar os homens pela igualdade de género, problema que afinal também lhes diz respeito.
Enquanto deputado advogou a causa das férias «obrigatórias» para os pais por motivo do nascimento de um/a filho/a, porque acredita que é importante que os homens fiquem em casa para ajudarem a cuidar das suas crianças.
Na Noruega, as férias por maternidade/paternidade são de 46 semana, dez das quais tem de ser obrigatoriamente gozadas pelo pai (um dos esquemas de férias mais extenso no mundo).

Segundo Lysbakken, o desenvolvimento e a recuperação económica dependem da igualdade entre os sexos e esse desenvolvimento não acontecerá se as mulheres, metade da população, continuarem a ser «desperdiçadas» nos seus talentos, esforços e criatividade. Um país que não invista nas mulheres e nas jovens está condenado a ficar para trás. As mulheres são um recurso humano que uma sociedade evoluída não se pode dar ao luxo de desperdiçar. Permitir que as mulheres mantenham carreiras profissionais e em simultâneo sejam mães é o objectivo e é um investimento importante para o país.

Por outro lado, segundo Lysbakken, dar ao pai oportunidade para estabelecer laços afectivos mais fortes com filhos/as pequenos é também uma coisa boa e gratificante: ser pai do mesmo modo que a mulher é mãe é uma experiência extremamente enriquecedora e os homens começam a perceber e a apreciar isso. Com coisas tão simples como esta é convicção do ministro que será possível contribuir para uma mudança consistente das atitudes em relação às mulheres, nomeadamente no domínio da violência, que é incompatível com uma sociedade igualitária.

sábado, 13 de março de 2010

Os direitos das mulheres são uma questão de segurança

Hillary Clinton, Secretária de Estado norte-americana, proferiu na ONU em 12/3/10, um excelente discurso sobre o Estatuto da Mulher que pode ser ouvido e lido na integra no endereço acima referenciado.

A ideia chave deste brilhante discurso é a de que os direitos das mulheres são uma questão de segurança, segurança para as pessoas e segurança para os próprios países:

«O estatuto das mulheres não é apenas uma questão de moralidade e de justiça, é também um imperativo político, económico e social; dito de modo simples, o mundo não pode fazer progressos duradouros se às mulheres e às jovens forem negados os seus direitos e se forem abandonadas.
[…]
A evidência é irrefutável. Quando as mulheres são livres para desenvolver os seus talentos, todos beneficiam, mulheres e homens, rapazes e raparigas. Quando as mulheres são livres para votar e concorrer a cargos políticos, os governos são mais efectivos e respondem melhor às necessidades dos povos. Quando as mulheres são livres para ganhar a vida e iniciar pequenos negócios, os dados são claros, elas tornam-se factores nevrálgicos do crescimento económico nas diferentes regiões e sectores. Quando às mulheres são dadas oportunidades de educação e acesso aos cuidados de saúde, as suas famílias e comunidades prosperam. E quando as mulheres têm direitos iguais, as nações são mais estáveis, pacíficas e seguras.»
Citando o jornalista, Nicholas Kristof, Clinton lembrou que, se no século XIX, o grande imperativo moral foi o combate contra a escravatura; se no século XX, foi o combate contra os totalitarismos, no século XXI, o grande princípio norteador terá de ser o combate pela igualdade das mulheres.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um brinquedo para a sua filha

Sou sempre tão crítica do sexismo na publicidade que hoje não resisto a fazer um intervalo nos meus textos sobre o anti-feminismo para mostrar um anúncio publicitário de um brinquedo para crianças, no caso meninas, que merece pelo menos uma mensão honrosa. Está na hora de mostrar que as meninas podem brincar com microscópios e podem ser boas alunas em ciências e quem sabe futuras cientistas. Depois do enjoo dos mais variados tipos de bonecas, barbies incluidas, é uma lufada de ar fresco; claro que o enquadramento cor de rosa se calhar era dispensável, mas mesmo assim é muito positivo.


Não esqueçamos que uma ciência feita exclusivamente por homens, como tem acontecido em grande parte, corre o risco da parcialidade e do preconceito, por mais que os cientistas apregoem objectividade e neutralidade, como já tive oportunidade de referir em outros posts sobre este tema. Por isso é muito importante e necessário que cada vez mais mulheres participem nessa nobre tarefa que é a construção de uma visão científica do mundo.

Os créditos pertencem ao blog Feminist philosophers que publicou esta imagem e se congratulou também com o evento: «On the one hand: Hurrah for girls using microscopes!On the other hand: Do girls really need a special pink microscope?On the third hand (I’m special): Anything that helps girls think they can do science is surely good. And maybe the pink microscope helps break down that “science is for boys” stereotype?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Mulheres e poder político

A partir de 23 de Janeiro 2010, o governo boliviano tem uma composição igualitária, com 10 homens e 10 mulheres ocupando pastas ministeriais. Ao dar posse ao novo gabinete, Evo Morales afirmou: «a presença de 50% de ministras no gabinete é uma homenagem à minha mãe, à minha irmã e à minha filha».
Entre outras pastas, as da Justiça, da Luta contra a Corrupção, da Saúde, do Desenvolvimento Rural e da Produção passam a ser desempenhadas por mulheres.
Votos de sucesso para os novos governantes e para as novas governantas!
P.S. podem ler a notícia mais completa aqui