quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Abigail Adams - precursora feminista

Não deixa de ser curioso ter de introduzir Abigail Adams em termos dos papeis sociais de esposa e de mãe que ela desempenhou, mas, na época, século XVIII e inícios do século XIX, era virtualmente impossível sair desse padrão. Assim temos que Abigail Adams (1744-1818) foi esposa de John Adams, segundo Presidente dos Estados Unidos, e mãe do sexto presidente do mesmo país. Mas, para alem de esposa e de mãe, Abigail foi uma mulher determinada e enérgica que, com os recursos que tinha à disposição, tentou fazer a diferença e, no seu caso, a diferença consistiu em tentar influenciar o marido no sentido deste aprovar medidas legais que atenuassem a injusta situação em que as mulheres, particularmente as casadas, se encontravam.
Há uma carta dela para o marido que denuncia bem como essas injustiças a preocupavam e como tentava intervir no sentido de lhes por cobro:

“Lembre-se das Senhoras e seja mais generoso e favorável para com elas do que os que o antecederam. Não coloque um poder tão ilimitado nas mãos dos maridos. Lembre-se que todos os homens serão tiranos se puderem. Se não for dada uma atenção e cuidado particulares às senhoras, estamos determinadas a fomentar uma rebelião e não nos sentiremos limitadas por quaisquer leis para a feitura das quais não fomos ouvidas ou representadas.”
Abigail Adams, 1776 ( carta dirigida ao marido John Adams)

Alguns aspectos a salientar: Abigail tem a noção correcta de que todo o poder corrompe e que dar aos maridos tamanha autoridade sobre as esposas era legalizar o abuso. Lembremos que, na época com o casamento, a mulher deixava de ter existência legal e, por exemplo, não tinha sequer direito de propriedade sobre os bens que trazia para o casamento que passavam a pertencer ao marido.
Interessante é também a ideia de que não se pode exigir obediência a uma lei para a qual não se contribui através de representação, havendo nesse caso infracção do contrato social entre governados e governantes.

1 comentário:

  1. O que dizer? Ela disse tudo.Graças a Deus existem essas pessoas com extremo bom senso e adequação.Parece, aquele tempo, ao mundo muçulmano de hoje no Irã. O poder do homem na ponta de uma pedra, atirada na cabeça de outro ser humano.E o mundo continua assistindo a essas monstruosidades impensáveis, com a calma do Lula: "temos que respeitar a soberania e os costumes dos outros países." Quer dizer,não se discutem os valores que nos tornam seres humanos.E somos nós, pobres e ridículos seres ignorantes, que nos dizemos criados à imagem e semelhança de Deus. Ahm?!? Que presunção abjeta e pueril. Nem o papa, com toda a sua "humildade",salva essa. Isola..Em madeira de lei..Ô tristeza do Jeca..(Diana)

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