O inefável Rousseau, pseudo-feminista, sexista benevolente, e às vezes nem tanto, a quem Voltaire chamava, com propriedade, amigo ingrato, pai desnaturado e hipócrita, afirmava que a opinião pública era o túmulo da virtude do homem e o trono da virtude da mulher, querendo significar com esta bombástica frase, tão ao jeito da sua persuasiva retórica, que os homens podiam e deviam ignorá-la, mostrando assim a sua autonomia e assertividade, mas as mulheres tinham a estrita obrigação de se lhe submeterem sem darem azo a que a sua reputação fosse minimamente beliscada.
Rousseau limitava-se a dar voz a um preconceito antiquíssimo que muitas mulheres, a maioria, ainda não se atrevem a questionar. Nos nossos dias, é altamente improvável que qualquer mulher em situação de poder, independentemente do seu comportamento sexual, não tenha sido mimoseada com o adjectivo de «puta», pronunciado mais ou menos enfaticamente. Ainda hoje, «filho da puta» ou «bastardo» como eufemísticamente dizem os ingleses, continua a ser um grave insulto, mesmo que a «puta» em questão se tenha limitado a parir um filho fora de uma relação convencional. Isto para não falar das mulheres que decidem assumir a sua liberdade sexual; para estas, o duplo padrão de conduta, que permite aos homens o que proíbe às mulheres, continua a ser implacável como a imagem sarcasticamente sugere.
Resumindo, continua a presidir às nossas vidas uma moral sexual hipócrita para a qual as virtudes femininas são as de um comportamento sexual de acordo com os «bons costumes» que, além disso, não deve ameaçar a hegemonia masculina.
Rousseau limitava-se a dar voz a um preconceito antiquíssimo que muitas mulheres, a maioria, ainda não se atrevem a questionar. Nos nossos dias, é altamente improvável que qualquer mulher em situação de poder, independentemente do seu comportamento sexual, não tenha sido mimoseada com o adjectivo de «puta», pronunciado mais ou menos enfaticamente. Ainda hoje, «filho da puta» ou «bastardo» como eufemísticamente dizem os ingleses, continua a ser um grave insulto, mesmo que a «puta» em questão se tenha limitado a parir um filho fora de uma relação convencional. Isto para não falar das mulheres que decidem assumir a sua liberdade sexual; para estas, o duplo padrão de conduta, que permite aos homens o que proíbe às mulheres, continua a ser implacável como a imagem sarcasticamente sugere.
Resumindo, continua a presidir às nossas vidas uma moral sexual hipócrita para a qual as virtudes femininas são as de um comportamento sexual de acordo com os «bons costumes» que, além disso, não deve ameaçar a hegemonia masculina.
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