Milread Lewis Rutherford (1851- 1928) autora de vários livros sobre o Sul dos Estados Unidos, nasceu em Athens numa família patrícia próspera com uma linhagem que remontava aos primeiros colonizadores. O avô materno, um dos homens mais ricos e influentes do seu tempo, era dono de uma extensa plantação que em 1840 contava com 209 escravos, o que o tornava o maior proprietário de escravos da região.
Milread, que em 1914 integrou a Associação contra o Sufrágio Feminino da Geórgia, defendia o ideal de domesticidade que remetia as mulheres para a esfera da família e para os papeis tradicionais, mas pessoalmente desafiou completamente este padrão: nunca casou, escreveu e publicou inúmeros livros, ensinou e palestrou em locais públicos e levou uma vida activa de intervenção na esfera pública que repudiava para o seu sexo.
Milread, que em 1914 integrou a Associação contra o Sufrágio Feminino da Geórgia, defendia o ideal de domesticidade que remetia as mulheres para a esfera da família e para os papeis tradicionais, mas pessoalmente desafiou completamente este padrão: nunca casou, escreveu e publicou inúmeros livros, ensinou e palestrou em locais públicos e levou uma vida activa de intervenção na esfera pública que repudiava para o seu sexo.
Em relação à questão racial, a sua atitude paternalista e a sua concepção romântica da escravatura levavam-na a afirmar que, embora os escravos tivessem sido trazidos à força de África, eram felizes nas plantações.
Com as suas ideias anti-feministas e racistas, que divulgou através de livros, panfletos e palestras, ajudou a retardar a conquista do voto para as mulheres e a pavimentar o caminho para o regime de segregação racial que vigorou nos Estados Unidos até 1964. O seu contributo no sentido de preservar as estruturas tradicionais está bem resumido nestas palavras: “Rutherford representou a tentativa do Novo Sul de conjugar modernidade com fidelidade a uma compreensão conservadora das hierarquias de raça e de género.” (Georgia Women: Their lives and Times” by Ann Short Chirhart, Betty Wood, p. 272)
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