quinta-feira, 2 de julho de 2009

Carta aberta a todos aqueles que defendem a secundarização da causa das mulheres

Vou transcrever excertos de um post do Reclusive Leftist blog que me parece responder precisamente àqueles que não percebem que as mulheres são oprimidas tão simplesmente e apenas por serem mulheres e por os homens não quererem partilhar com elas o poder, temendo perder os seus ancestrais privilégios.

O texto, que a seguir traduzo e adapto, refere um artigo que foi publicado no Vanity Fair sobre Sara Palin que, como todos sabemos, foi candidata a Vice Presidente dos E.U. pelo Partido Republicano. Palin é uma mulher de direita e conservadora, mas mesmo assim não foi poupada nem pelo seu próprio partido e mesmo as críticas que os democratas lhe fizeram foram dirigidas à mulher, não à conservadora de direita.

Isto prova, em minha opinião, que as mulheres, de esquerda, de direita ou do centro, lésbicas, heterossexuais ou bissexuais, o melhor que têm a fazer é definirem uma agenda com o maior denominador comum possível e empreender a luta pela igualdade de direitos e pela partilha do poder. Todos conhecemos o ditado: dividir para reinar e, enquanto estivermos divididas, vai ser difícil derrotar o inimigo comum.

Na revista Vanity Fair, Steve Schmidt, estratega da última campanha presidencial republicana, dá uma entrevista a Todd Purdum, editor da revista, que descreve Palin como uma «mulher indubitavelmente fértil», a expressão utilizada é “indisputably fertile female” (dificilmente se encontraria qualquer referência à fertilidade, se o candidato fosse macho) cuja vida se assemelha a uma «amálgama profana de Donas de Casa Desesperadas e Nortistas Exibidas. Os comentários que os dois tecem a Sara Palin denunciam um sexismo chocante que não conseguem reprimir.

Segundo Violet Socks há várias lições atirar deste incidente:

Lição nº 1: Mulheres que concorrem a cargos políticos precisam de ficar longe dos estrategas de campanha masculinos. Se tem um pénis não o contrates (… ). Ele pode dizer que o trabalho dele é fazer com que sejas eleita e até pode acreditar nisso, mas no fundo, bem no fundo do seu frágil cérebro pode alojar-se um ressentido porco sexista que se sente compelido a sabotar «pessoas com partes de mulher». O patriarcado é forte.

Lição nº 2: Os media não são teus amigos. Odeiam-te. Não importa que sejas republicana ou democrata, liberal ou conservadora, pró-escolha ou anti-aborto, brilhante ou medíocre, jovem ou velha, bonita ou feia. Tu tens «partes de mulher», eles odeiam-te. …

Lição nº 3: Isto não tem nada a ver com política. Os chamados progressistas não odeiam Sara Palin por ela ser republicana; odeiam-na porque ela é mulher. Confirma com os blogs liberais que jubilosamente citam Vanity Fair e se mostram compreensivos para com o seu novo melhor amigo, o republicano Steve Schmith...

Lição nº 4: Feministas de recente persuasão, que ainda não aprenderam as lições de 1 a 3, precisam de ir à escola. Juntares-te aos que sovam Palin ou outras mulheres que historicamente têm sido sovadas não te dá um passe; não te torna homem honorário. Continuas a ser mulher e os gajos em breve te destruirão como fizeram com Sara Palin."


3 comentários:

  1. Aquí en Argentina también critican mucho de esa forma a las mujeres políticas...no por sus ideas políticas o su cargo , si no por el echo de ser mujer.
    Estoy buscando el texto que me dejaste en Sexismo Publicitario pero no me deja acceder cuando lo busco por la barra de direcciones...sigo intentándolo.
    Un abrazo afectuoso

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  2. Olá Beto,
    Obrigada, ainda bem que apreciou o texto.


    Olá Tere
    O texto foi postado no dia 28 de junho e tem o título: Deus é misericordioso ...

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