A - As mulheres não devem frequentar as universidades porque o esforço intelectual desvia energia dos seus órgãos reprodutivos.
No século XIX, quando as mulheres começaram a reivindicar acesso às universidades, de imediato surgiram autoridades a denunciarem os prejuízos que daí decorreriam já que, dizia-se - e ninguém se atrevia a contestar porque se tratava de uma opinião científica, não convinha que as mulheres desenvolvessem esforço intelectual vigoroso requerido pelos estudos superiores porque tal iria desviar energia dos seus órgãos reprodutivos e poderia torná-las inférteis.
No século XIX, quando as mulheres começaram a reivindicar acesso às universidades, de imediato surgiram autoridades a denunciarem os prejuízos que daí decorreriam já que, dizia-se - e ninguém se atrevia a contestar porque se tratava de uma opinião científica, não convinha que as mulheres desenvolvessem esforço intelectual vigoroso requerido pelos estudos superiores porque tal iria desviar energia dos seus órgãos reprodutivos e poderia torná-las inférteis.
Convém lembrar, todavia, que já antes, no século XVIII, quando mulheres influentes e cultas procuraram instruir-se em áreas científicas, filósofos como o «sublime» Kant tinham tentado ridicularizar o seu esforço considerando essas mulheres uma espécie de monstros de circo às quais convinha melhor o uso de uma barba em razão das suas pretensões masculinas.
Para além dos filósofos também o senso comum reforçava a ideia de que a ilustração e o conhecimento não convinham às mulheres, dizia o povo e os literatos secundavam: Livre-nos Deus da burra que faz him e da mulher que sabe latim; ainda com mais grosseria também o povo dizia e diz: quem sua mulher ensina a ler ou é corno ou está para o ser.
Como se vê até uma pretensão tão simples como a da instrução era negada às mulheres sob os mais diferentes pretextos e essa negação era justificada pelos filósofos e como não podia deixar de ser pelos próprios cientistas, não fossem eles todos elementos da confraria masculina que acima de tudo percebiam muito bem que iriam perder privilégios com a instrução das mulheres. Por tudo isto não é assim tão estranho que em pleno século XXI, (2005)um ilustre presidente da Universidade de Harvard numa conferência académica tenha procurado justificar a sub-representação das mulheres em profissões científicas e tecnológicas com o argumento de que as suas aptidões (inatas) são muito diferentes das dos homens, o que em sua opinião explicaria essa sub-representação.
A arma mais importante para a libertação das pessoas é o conhecimento, daí que negar o acesso ao conhecimento seja o meio mais eficaz para mantê-las oprimidas. Depois, se não for de todo possível manter as pessoas na ignorância, distorcer o conhecimento também pode dar muito jeito.
Como a imagem documenta, muitas mulheres em epocas recuadas preferiam a reclusão da vida monásticas pois aí gozavam paradoxalmente de alguma liberdade e podiam instruir-se sem estarem sujeitas à zombaria e escarnio social.
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