Eu sou feminista, portanto, dizem-me, não posso ser objectiva, não consigo perceber com imparcialidade a realidade que me cerca, muito particularmente a realidade da opressão que as mulheres suportam pelo simples e puro facto de … serem mulheres. Eu não posso ignorar a minha subjectividade. Concordo, mas agora pergunto-me, quem é que pode?
Serão os homens mais capazes de objectividade quando a questão têm a ver com as mulheres? É facto que estão mais distanciados pois não sofrem opressão pelo facto de serem homens, mas, mesmo assim, isso não lhes dá qualquer vantagem porque eles são, ainda não o querendo, os beneficiários directos da opressão do sexo feminino; e têm todo o interesse do mundo em a justificarem. É a «confraria» masculina que, como um todo, continua a orquestrar a música que nos rege e ao som da qual dançamos. Umas, alegres, com a bem-aventurança que caracteriza a pobreza de espírito, outras, mais amargas, com a sabedoria que decorre de experiências que não são aceites acriticamente.
Tudo parece conjugar-se para nos levar a concluir que temos de viver com as subjectividades; mas, se calhar, a subjectividade dos pobres que apenas recebem as migalhas do sistema capitalista para sobreviverem; a subjectivdade de quem sofre discriminação racial ou a subjectividade das mulheres que são lesadas por um sistema opressivo, são subjectividades mais confiáveis do que as dos ricos, dos brancos ou dos homens, beneficiários do sistema. E por isso, não podem ser descartadas sob o labéu de que não evidenciam uma visão objectiva, neutra e imparcial da realidade.
Serão os homens mais capazes de objectividade quando a questão têm a ver com as mulheres? É facto que estão mais distanciados pois não sofrem opressão pelo facto de serem homens, mas, mesmo assim, isso não lhes dá qualquer vantagem porque eles são, ainda não o querendo, os beneficiários directos da opressão do sexo feminino; e têm todo o interesse do mundo em a justificarem. É a «confraria» masculina que, como um todo, continua a orquestrar a música que nos rege e ao som da qual dançamos. Umas, alegres, com a bem-aventurança que caracteriza a pobreza de espírito, outras, mais amargas, com a sabedoria que decorre de experiências que não são aceites acriticamente.
Tudo parece conjugar-se para nos levar a concluir que temos de viver com as subjectividades; mas, se calhar, a subjectividade dos pobres que apenas recebem as migalhas do sistema capitalista para sobreviverem; a subjectivdade de quem sofre discriminação racial ou a subjectividade das mulheres que são lesadas por um sistema opressivo, são subjectividades mais confiáveis do que as dos ricos, dos brancos ou dos homens, beneficiários do sistema. E por isso, não podem ser descartadas sob o labéu de que não evidenciam uma visão objectiva, neutra e imparcial da realidade.
É incrível como as pessoas ainda caem nesse conto da Carochinha de que se é possível retratar a realidade de forma objetiva, neutra e imparcial. E sim, a subjetividade das minorias é mais válida, embora não seja a mais difundida =/
ResponderEliminarisso é algo que muitos "especialistas" se esquecem: é impossível escrever com 100% de objetividade.
ResponderEliminareu gostei da imagem, onde você achou?
Devathai e Beto
ResponderEliminarPara principiar os tradicionais desejos de bom 2010 tanto a nivel pessoal como profissional.
Beto, gostaria mas já não sei bem de onde fui buscar essa imagem tinha-a no meu arquivo e utilizei-a a partir daí, de facto é muito bela.
Gostaria ainda de lhes dar notícia da publicação do meu ultimo livro que julgo vos pode interessar, basta pesquisarem no google o seguinte título: A representação das mulheres no discurso dos filósofos, é publicado pela UAPE em pareceria com a SEAF.
Abraço, Adília