Com 136 votos a favor e duas abstenções, o Parlamento belga aprovou esta quinta- feira uma lei que proíbe o uso em público do véu islâmico que cobre totalmente o rosto, seja a niqab, seja a burqa, tornando-se assim o primeiro país a penalizar criminalmente esta prática, podendo vir a ser seguido pela França, país que tem a maior comunidade islâmica da Europa.
O argumento utilizado para fazer aprovar a lei invoca questões de segurança que se prendem com a dificuldade em identificar as pessoas que usam este tipo de vestuário e considera ainda que a burqa ou a nicab constituem uma autêntica «prisão ambulante» para as mulheres.
O argumento utilizado para fazer aprovar a lei invoca questões de segurança que se prendem com a dificuldade em identificar as pessoas que usam este tipo de vestuário e considera ainda que a burqa ou a nicab constituem uma autêntica «prisão ambulante» para as mulheres.
O grupo da amnistia internacional para os direitos humanos condenou a lei dizendo que ela constitui uma violação à liberdade de expressão e à liberdade de religião, o que não deixa de me causar alguma perplexidade. Como é que um organismo tão esclarecido não percebe ou não quer perceber que o próprio uso da burqa é em si mesmo um atentado aos direitos das mulheres enquanto direitos humanos, porque de facto, e vamos deixar de lado a hipocrisia, a burqa ou a nicab não são um símbolo religioso são acima de tudo um símbolo político de uma sociedade que defende valores que a civilização ocidental há muito repudiou, pelo menos formalmente, valores esses que repousam na dominação e controlo das mulheres.
Por isso saúdo o parlamento belga pela coragem de colocar os direitos das mulheres acima do politicamente correcto que seria fechar os olhos em nome do estafado relativismo cultural que tantos atropelos aos direitos das mulheres permitiu e continua a permitir.