Porque me parece bem argumentada, aqui apresento uma intervenção no debate sobre este tema que defende que não é errado pagar por sexo.Vale a pena ponderar as razões que Tyler Cowen apresenta.
Cowen começa por referir que é preciso levar em conta a condição humana e a diversidade de situações em que se recorre à prostituição, antes de produzir um discurso moralista sobre o problema.
Por outro lado, chama a nossa atenção para o facto de que proibir uma actividade humana nunca foi solução para a erradicar, mas sempre contribuiu para abusos, injustiças e exploração associadas ao seu exercício.
Referiu ainda que também a instituição do casamento em muitas culturas e partes do mundo é ocasião para tremendos abusos mas nem por isso nos lembramos de a proibir, o que pensamos é que seria melhor aperfeiçoar essa instituição; o mesmo se passando com a instituição bancária. Cita ainda o exemplo da pesca de alto mar que comporta tremendos riscos para aqueles que se lhe dedicam, mas que se deve encarar não numa perspectiva moralista mas numa perspectiva de tornar a actividade mais segura, melhorando os recursos e as condições de trabalho.
O ponto crucial da argumentação de Cowen é que se estiverem envolvidas pessoas adultas informadas e que dão o seu consentimento, nessas condições, pagar por sexo não é errado; o que é errado é a actividade não estar legalizada nem regulamentada dando assim origem aos abusos já referidos.
Em defesa da sua tese, cita o exemplo da Nova Zelândia que tem a prostituição regularizada desde 2003 e que, de acordo com os dados revelados, é uma experiência que tem dado certo.
A intervenção de Tyler Cowen neste debate parece-me bastante realista e pragmática e esse aspecto seduz-me, todavia julgo ser necessário aprofundar a reflexão antes de decidir sobre o tema.
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