sábado, 20 de junho de 2009

Um símbolo de opressão

Segundo um artigo da Associated Press, o governo francês pondera proibir o uso da burka nos espaços públicos e eu assino por baixo.
O uso da burka é para nós ocidentais um símbolo de opressão das mulheres que fere profundamente a nossa sensibilidade e assim como nos países islâmicos qualquer mulher jornalista ocidental procede em conformidade com os costumes do país e não se lembra de se apresentar de mini saia ou vestidos decotados, chegando mesmo a usar um arremedo de véu, cobrindo os cabelos, é de esperar que as mulheres muçulmanas, que vivem e transitam pelas nossas ruas, estabelecimentos comerciais e outros lugares públicos se vistam em conformidade com os nossos costumes, sem por isso precisarem de se exibir ou de serem menos discretas.
Não me parece que se possa falar em intolerância da nossa parte porque como escreveu o filósofo inglês contemporâneo Anthony Grayle «a tolerância tem de se proteger a si mesma» e não pode tolerar o intolerante sob pena de se auto-destruir.
Tolerar o atropelo dos direitos humanos mais fundamentais nos nossos próprios países é algo que não se chama tolerância, chama-se parvoíce e falta de respeito por si mesmo.

4 comentários:

  1. Concordo. E diria que além de um símbolo a burka é um instrumento da opressão.

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  2. o interessante é ler as explicações/justificativas usadas pelos muçulmanos para o uso da burca.

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  3. Adília
    Agradecemos sua crítica, mas a estética não tem sido nossa maior preocupação, apesar de levarmos em consideração suas palavras, o quê mais nos preocupa é o comum condicionamento de "facilitar" as coisas para nós mulheres. A leitura de nossos textos é mesmo muito pesada, já que o tema misogenia não pode ser descrito como suave. Assim demanda algum esforço, e esta é nossa intensão. Mas como aliadas, daremos "umas ajudinhas":
    1-se vc deixar seu e-mail mandamos o texto que vc não lêu, mas que deseja rebater algumas teses - só não sabemos se são nossas teses feministas ou teses machistas de outros;
    2-iremos ler o seu blog e se tivermos discordâncias de percepção ideológica, e não estética, postaremos lá, seja individualmente ou em coletivo!

    Até a próxima e sinta-se livre para apodrecer!

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  4. Beto,
    Bem posso imaginar essas explicações, pois até por cá, o próprio Nietzsche, tão querido de certa esquerda e até, pasme-se, de alguns sectores feministas, enaltecia o recato e a modéstia das mulheres e não foi assim há tanto tempo pois ele passou à história em 1900.
    Há um episódio que vou tentar lembrar: Numa das estadas do nosso filósofo numa estância turística,encontrava-se também um casal cuja mulher, extremamente bela, era objecto dos olhares «lúbricos» dos outros machos e Nietzsche muito constrangido e desagradado com a situação dizia compreender as razões que levavam os homens orientais a fecharem as suas mulheres, quais joias preciosas defesas ao olhar de outrem, nos haréns.
    É preciso dizer mais?

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