Como referido anteriormente, a linguagem não sexista pretende ser uma linguagem inclusiva que dá visibilidade às mulheres, estabelecendo um tratamento simétrico entre homens e mulheres a nível linguístico.
Se é certo que os hábitos linguísticos não se alteram por decreto, também é um facto que os defensores do status quo tudo fazem para impedir alterações que de modo nenhum os entusiasmam, recorrendo e invocando as mais diversas razões e apoiando-se no entendimento das estruturas linguísticas que mais lhes convém.
Se é certo que os hábitos linguísticos não se alteram por decreto, também é um facto que os defensores do status quo tudo fazem para impedir alterações que de modo nenhum os entusiasmam, recorrendo e invocando as mais diversas razões e apoiando-se no entendimento das estruturas linguísticas que mais lhes convém.
De qualquer modo, a reacção negativa à linguagem não sexista parece apenas ser explicável por dois tipos de razões:
(1) Ou se reage negativamente porque se considera que a questão linguística é uma questão menor e que a língua é apenas a expressão do pensamento e um simples meio para representar o mundo.
(2) Ou se entende muito bem a importância da linguagem, mas pretende-se impedir alterações pelo receio de que estas impliquem consequências práticas que não convém aos seus oponentes. Esconde-se todavia esta motivação por detrás de pretensos purismos linguísticos e razões gramaticais.
O texto de Olga Castro Vasquez, que temos vindo a seguir, expõe com clareza esta questão:
«Só encontro dois possíveis motivos para o repúdio do uso da linguagem inclusiva. O primeiro motivo radicaria no desconhecimento da dimensão que a linguagem tem na nossa cosmovisão da sociedade, pelo que se considera que a maneira como usamos as palavras não tem nenhuma repercussão no nosso pensamento nem na imagem da realidade que construímos na nossa mente. Quem adere a esta suposição não tem necessariamente intenção de ser sexista; mas é-o.
O segundo motivo consistiria em entender perfeitamente a repercussão da linguagem na sociedade e em compreender que mudar a nossa maneira de falar e de conceptualizar o mundo terá consequências práticas e materiais nas nossas vidas que implicam a perda dos privilégios patriarcais. E é justamente por esse motivo que quem adere a esta segunda suposição procura reduzir ao silêncio ou meter a ridículo a linguagem não sexista, recorrendo a quantas razões gramaticais encontra para esconder a sua verdadeira intenção misógina.»
Essa discussão está muito viva na Catalunha. Uma colega minha está a preparar uma jornada de discussão para linguistas sobre o assunto e pediu-me informação dos usos em português. Podiam me dar alguma referência bibliográfica? Existem recomendações (mais ou menos oficiais ou totalmente extraoficiais) sobre uso de linguagem não sexista ou inclusiva?
ResponderEliminarMuito obrigado!
Pere Comellas (perec@pangea.org)
Cheguei a este blogue hoxe intentando atopar políticas lingüísticas en portugués que poidan ser útiles para a lingua galega.. En concreto, se ten habido promoción de material (guías, recomendacións, etc) e mesmo de software (como temos en galego www.exeria.net). Agradeceríalle moito que me contactase de ter informaicón ao respecto. Apertas ben fondas.
ResponderEliminarolga castro
olgacastro[arroba]uvigo[punto]es
E claro, tampouco estaría mal escribirlles a Blogspot para lles deixar constancia de que pode haber persoas que deixemos comentarios e que non sexamos homes. Por iso de que unha non é un anónimo, senón unha anónima... Máis apertas.
ResponderEliminarolga castro