John Stuart Mill (1806 -1873), melhor do que qualquer outro, percebeu quão difícil seria para as mulheres investirem e comprometerem-se na sua própria emancipação dados os condicionalismos de vária ordem que sobre elas se exerciam. Essa dificuldade, sentida no século XIX, em plena sociedade vitoriana, ainda hoje subsiste porque de facto muitos desses condicionalismos também subsistem, provavelmente apenas se atenuaram.
Stuart Mill Identificou com lucidez o tipo de opressão a que as mulheres se encontram sujeitas na sociedade patriarcal; esse tipo de opressão, pela sua natureza, dificulta extremamente qualquer empreendimento libertador. Enquanto em outros grupos sociais, por exemplo, classes dominantes e classes dominadas, senhores e escravos, existe distanciamento entre o opressor e o oprimido e indiferença afectiva ou mesmo ódio que pode ser despoletado em qualquer momento para se transformar no combustível que anima a luta do oprimido contra o opressor, isso não acontece com a opressão dos elementos femininos da sociedade pela estrutura masculina. Aqui o oprimido está em ligação íntima com o opressor e essa ligação, embora muitas vezes inconscientemente ambivalente, apresenta quase sempre uma tonalidade afectiva positiva.
Enquanto as mulheres não perceberem estes complexos mecanismos de controlo e o modo como o processo de socialização interfere para os reforçar, dificilmente deixarão de ter as suas mentes escravizadas como Stuart Mill nos ajuda a compreender:
«Todas as causas, sociais e naturais, se combinam para tornar improvável que as mulheres, colectivamente, possam rebelar-se contra o poder dos homens. Estão de tal modo numa posição diferente de todas as outras classes subjugadas que os seus senhores exigem delas mais do que simples serviços. Os homens não querem apenas obediência das mulheres, querem os seus sentimentos. Todos os homens, excepto os mais brutos, desejam ter nas mulheres, a eles mais proximamente ligadas, não uma escrava à força mas uma escrava voluntária, não uma mera escrava, mas uma favorita. Por isso, tudo puseram em prática para escravizar as suas mentes. Os donos de todos os outros escravos, para manter estes em obediência, contam com o medo, seja medo deles próprios, seja medos religiosos. Os donos das mulheres querem mais do que simples obediência e orientaram toda a força da educação nesse sentido.»
Stuart Mill Identificou com lucidez o tipo de opressão a que as mulheres se encontram sujeitas na sociedade patriarcal; esse tipo de opressão, pela sua natureza, dificulta extremamente qualquer empreendimento libertador. Enquanto em outros grupos sociais, por exemplo, classes dominantes e classes dominadas, senhores e escravos, existe distanciamento entre o opressor e o oprimido e indiferença afectiva ou mesmo ódio que pode ser despoletado em qualquer momento para se transformar no combustível que anima a luta do oprimido contra o opressor, isso não acontece com a opressão dos elementos femininos da sociedade pela estrutura masculina. Aqui o oprimido está em ligação íntima com o opressor e essa ligação, embora muitas vezes inconscientemente ambivalente, apresenta quase sempre uma tonalidade afectiva positiva.
Enquanto as mulheres não perceberem estes complexos mecanismos de controlo e o modo como o processo de socialização interfere para os reforçar, dificilmente deixarão de ter as suas mentes escravizadas como Stuart Mill nos ajuda a compreender:
«Todas as causas, sociais e naturais, se combinam para tornar improvável que as mulheres, colectivamente, possam rebelar-se contra o poder dos homens. Estão de tal modo numa posição diferente de todas as outras classes subjugadas que os seus senhores exigem delas mais do que simples serviços. Os homens não querem apenas obediência das mulheres, querem os seus sentimentos. Todos os homens, excepto os mais brutos, desejam ter nas mulheres, a eles mais proximamente ligadas, não uma escrava à força mas uma escrava voluntária, não uma mera escrava, mas uma favorita. Por isso, tudo puseram em prática para escravizar as suas mentes. Os donos de todos os outros escravos, para manter estes em obediência, contam com o medo, seja medo deles próprios, seja medos religiosos. Os donos das mulheres querem mais do que simples obediência e orientaram toda a força da educação nesse sentido.»
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